O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez o discurso de abertura da 78ª Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) em Nova York, nos Estados Unidos, nesta terça-feira 19, dizendo que a democracia venceu no País. “Se hoje eu retorno como presidente do Brasil é graças à vitória da democracia no meu País, que superou o ódio e a desinformação. A esperança venceu o medo”, afirmou. “Minha missão é de unir o Brasil e reconstruir um país soberano, justo, sustentável, solidário, generoso e alegre. O Brasil está reencontrando consigo mesmo, com o mundo e o multilateralismo. Não me canso de repetir, o Brasil está de volta”, acrescentou, sendo aplaudido no plenário.
Neste ano, o evento está voltando para debater os desafios globais e buscar soluções para os problemas que afetam populações em todo o mundo. Chefes de Estado e representantes dos 193 Estados-membros da ONU estão presentes na assembleia.
Meio ambiente
Com defesa do combate à desigualdade social e as mudanças climáticas, Lula cobrou os países mais ricos dentro da agenda ambiental. “Agir contra as mudanças no clima implica pensar no amanhã e enfrentar desigualdades históricas. Países ricos cresceram baseados no modelo com alta taxa de emissão de gases danosos ao clima”, pontuou, acrescentando que as responsabilidade “são comuns, mas diferenciadas”.
“Os 10% mais ricos são responsáveis por quase metade de todo o carbono na atmosfera. Nós, países em desenvolvimento, não queremos repetir esse modelo. No Brasil, provamos uma vez e vamos provar de novo que o modelo socialmente justo e ambientalmente responsável é possível”.
Meio ambiente
Com defesa do combate à desigualdade social e as mudanças climáticas, Lula cobrou os países mais ricos dentro da agenda ambiental. “Agir contra as mudanças no clima implica pensar no amanhã e enfrentar desigualdades históricas. Países ricos cresceram baseados no modelo com alta taxa de emissão de gases danosos ao clima”, pontuou, acrescentando que as responsabilidade “são comuns, mas diferenciadas”.
“Os 10% mais ricos são responsáveis por quase metade de todo o carbono na atmosfera. Nós, países em desenvolvimento, não queremos repetir esse modelo. No Brasil, provamos uma vez e vamos provar de novo que o modelo socialmente justo e ambientalmente responsável é possível”.
“Não subestimamos as dificuldades para alcançar a paz, mas nenhuma solução será duradoura se não for baseada no diálogo. Tenho reiterado que é preciso trabalhar para criar espaço para negociações. Investe-se muito em armamentos e pouco em desenvolvimento. No ano passado os gastos militares somaram mais de 2 trilhões de dólares. As despesas com armas nucleares chegaram a 83 bilhões de dólares, valor vinte vezes superior ao orçamento regular da ONU. Estabilidade e segurança não serão alcançadas onde há exclusão social e desigualdade”.
Marcando um ponto em comum com a fala do ex-presidente Jair Bolsonaro no ano passado, Lula também fez críticas ao Conselho de Segurança da ONU que, segundo ele, está perdendo sua credibilidade. “Essa fragilidade decorre em particular da ação de seus membros permanentes que travam guerras em busca de ampliação territorial ou troca de regimes”.
“Sua paralisia é a prova mais eloquente da necessidade e urgência de reformá-lo, conferindo-lhe maior representatividade e eficácia”, declarou.
O presidente brasileiro também fez críticas ao banco mundial, o FMI. “No ano passado, o FMI disponibilizou 160 bilhões de dólares em direitos especiais de saque para países europeus, e apenas 34 bilhões para países africanos. A representação desigual e distorcida na direção do FMI e do Banco Mundial é inaceitável”, pontuou.
No desfecho do discurso, voltou a falar de desigualdade e pedir mais ação por parte dos países-membros da ONU. “A desigualdade precisa inspirar indignação. Indignação com a fome, a pobreza, a guerra, o desrespeito ao ser humano. Somente movidos pela força da indignação poderemos agir com vontade e determinação para vencer a desigualdade e transformar efetivamente o mundo a nosso redor”, disse. “A ONU precisa cumprir seu papel de construtora de um mundo mais justo, solidário e fraterno, mas só o fará se seus membros tiverem a coragem de proclamar sua indignação com a desigualdade e trabalhar incansavelmente para superá-la”, concluiu.
Agenda de Lula inclui reunião com Biden e Zelensky
Diferente do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Lula deve fazer uma série de reuniões bilaterais durante viagem para Nova York. Está previsto na agenda dois encontros com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden: o primeiro é uma reunião bilateral, que está prevista para acontecer na quarta-feira, 20. Na sequência, os presidentes brasileiro e americano lançam a “Iniciativa Global Lula-Biden para o Avanço dos Direitos Trabalhistas na Economia do Século XXI”.
Além disso, o governo está acertando um horário para encontro com o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky. Houve uma tentativa frustrada de reunião entre os dois presidentes durante a reunião do G7, no Japão.
Guerra e mudanças climáticas
A guerra na Ucrânia, a luta contra as mudanças climáticas e o apoio ao Sul Global vão marcar presença em uma reunião em que estarão ausentes quatro dos cinco líderes dos membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU. Pela primeira vez desde a invasão russa na Ucrânia, o presidente ucraniano, Volodmir Zelensky, vai discursar pessoalmente na Assembleia-Geral.
Por outro lado, as ausências de líderes confirmadas também marcam a reunião anual. A China enviou uma delegação, e os líderes de outros três membros permanentes do Conselho de Segurança, França, Rússia e Reino Unido, também não estarão presentes. O único líder de um membro permanente do Conselho de Segurança que participará da Assembleia será o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.