Os detalhes do crime foram revelados pelo comparsa da mulher, Alex José; ele contou a polícia que receberia R$ 10 mil para ajudar a tia da esposa no assassinato
Antes de ser morto a tiros em Nova Andradina, Valdomiro Pereira, de 54 anos, recebeu seus assassinos em casa, foi dopado e conversou com eles por cerca de uma hora. Depois disso, foi assassinado com a própria arma.
Todo o crime foi planejado pela amante dele: Bruna Daniela de Oliveira, de 31 anos. A mulher e o comparsa, Alex José Alves, de 22 anos, ainda tiraram R$ 35 mil da conta da vítima.
Hoje, Bruna e Alex estão presos e aguardam a decisão da justiça para saber se vão permanecer na cadeia. Os dois confessaram o crime, mas só Alex detalhou o que aconteceu no dia em que Valdomiro, conhecido na região por Mirin, foi assassinado.
Em depoimento, Alex contou que no dia 11, recebeu uma ligação de Bruna – que é tia biológica da sua esposa. Ela pediu para que ele fosse até o Distrito de Casa Verde buscar dois celulares para ela; em troca, receberia R$ 200. Ele foi, mas no local marcado recebeu outra proposta: matar Valdomiro.
Bruna explicou que tinha um caso com o homem, mas que ele começou ameaçar contar sobre o relacionamento dos dois ao marido dela, por isso decidiu matá-lo. A mulher ofereceu R$ 10 mil ao marido da sobrinha e ainda alegou que seria fácil, porque tinha dopado o amante.
Todo o crime foi combinado em uma pizzaria: os dois desligariam o padrão de energia, para parar a gravação das câmeras de segurança, dopariam o suspeito e depois, matariam ele. No caminho até a casa do “alvo” passaram em uma farmácia para comprar luvas e remédio e ainda decidiram que usariam a arma da própria vítima para cometer o crime.
Já era noite do dia 11 de setembro quando os dois chegaram de moto na casa de Mirin. Bruna entrou primeiro. Alex ficou na portaria e aproveitou para desligar o padrão de energia.
Depois de um tempo, a mulher convidou o marido da sobrinha para entrar. Alex já conhecia a vítima e ficou com ela e com Bruna por cerca de uma hora. Os três conversaram e tomaram tereré nesse tempo.
Para a polícia, Alex contou que Valdomiro parecia sonolento e enquanto eles conversavam, a mulher entrou na casa com a desculpa de procurar a chave do carro, mas ao invés disso, voltou com a arma da vítima. Ela entregou para ele e fez sinal de que era para atirar no amante.
No depoimento, Alex alegou não ter conseguido matar Valdomiro. Segundo ele, Bruna assumiu a situação, foi para dentro da casa, lavou os copos que eles usaram e na volta, atirou três vezes contra o amante. Depois fugiram juntos de moto e ela se livrou a arma do crime.
Ela também pediu para Alex arrumar uma conta no Banco do Brasil para conseguir movimentar o dinheiro de Valdomiro. No dia seguinte, ele pediu para o amigo. Em troca, os dois prometeram pagar R$ 500 ao homem.
Os dois transferiram R$ 35 mil da conta de Valdomiro depois do homicídio.
Quando o crime foi descoberto, os dois fugiram. Bruna falou até que ia para o Paraguai. Mas antes foi com Alex para uma chácara em Batayporã, como não encontraram como entrar, foram para o meio do mato e lá se separaram. Não demorou muito para que fossem presos.
Bruna preferiu ficar em silêncio, não deu sua versão do crime.
Agora, a polícia e o Ministério Público pedem que os dois tenham a prisão preventiva decretada, além da quebra do sigilo telemáticos, quebra do sigilo bancário e bloqueio de valores na conta de Bruna.
Já a defesa da mulher, pede a liberdade dele sob alegação de que Bruna ainda amamenta o filho de 6 anos, é ré primaria e não foi detida em flagrante.
Os pedidos ainda não foram analisados pela justiça.