Mantenedora da BR-163 não duplica a rodovia e deputado diz que privatização foi irresponsável
“Uma privatização irresponsável e um contrato esdrúxulo”. Assim o deputado federal Dagoberto Nogueira (PSDB/MS) classificou o processo que deu à CCR os encargos de manutenção e modernização da BR-163 em Mato Grosso do Sul. “Ela é a vencedora deste processo, precisa cumprir suas obrigações”, exigiu. “Não dá para aceitar a cobrança de pedágio sem a duplicação”, completou.
Ele se reporta à cláusula contratual que prevê a obrigação da CCR de duplicar a rodovia no trecho Sonora-Mundo Novo. A empresa tentou livrar-se da responsabilidade e resistiu às cobranças, ganhando até um recurso na Justiça para barra nova licitação. “Vamos reavaliar esse contrato e garantir melhorias para nossa população. Já conseguimos suspender o aumento da tarifa, mas a luta continua”, disparou Dagoberto.
O deputado diz que a CCR pode cumprir o contrato. “É uma empresa grande e forte, em outros estados ela está tendo excelentes resultados. Aqui ela não cumpre o contrato, não tem feito as duplicações e, no entanto, cobra o pedágio”, insiste. A CCR MSVia chegou a devolver a concessão. Até um acordo foi anunciado para o congelamento da tarifa por dois anos, de março de 2023 a 2025, enquanto uma nova operadora não assumisse a rodovia.
A BR-163 vai continuar com a CCR até a nova licitação. A distância entre Sonora e Mundo Novo é 825 km. A rodovia tem 4.057 km de extensão e atravessa seis estados brasileiros. Começa em Tenente Portela, cidade do Noroeste gaúcho, e termina em Santarém, no Pará. Passa pelos estados que são os maiores produtores de grãos e é um dos principais corredores de escoamento, sobretudo da soja.