Em 2010, a população indígena era de 77 mil e passou para 116 mil em 2022
A população indígena de Mato Grosso do Sul cresceu 51% entre 2010 e 2022, passando de 77.025 para 116.346 em 12 anos. O dado é do Censo de 2022 e foi divulgado nesta segunda-feira (7) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Apesar do crescimento, Mato Grosso do Sul caiu para a terceira colocação no ranking de estados com maior população indígena. À frente estão o Amazonas (490.854 indígenas) e a Bahia (229.103 indígenas), que ultrapassou o estado.
Já em proporção, a população indígena representa 4,22% do total de habitantes de Mato Grosso do Sul, sendo também a terceira maior taxa do País, atrás de Roraima (15,29%) e Amazonas (12,45%).
O levantamento mostrou ainda que os 79 municípios de Mato Grosso do Sul apresentaram presença de indígenas e 62 cidades tiveram aumento da população indígena entre 2010 e 2022. As cinco cidades com maior população são: Campo Grande, Dourados, Amambai, Aquidauana e Miranda.
Destes, Campo Grande é a cidade com a maior população indígena: 18.439 pessoas. Em Dourados, são 12.054 pessoas. Amambai tem 9.988, Aquidauana 9.428 e Miranda 8.866.
De acordo com o IBGE, 68.534 indígenas residem em áreas demarcadas ou reconhecidas pelo Governo, enquanto outros 47.812 estão fora ou nas áreas urbanas.
A maior reserva indígena de Mato Grosso do Sul é a de Dourados, englobada pelas aldeias Jaguapiru e Bororó, com 13.473 índios, seguido por Amambai com 6.861 e Caarapó, com 4.414 indígenas.
Censo do IBGE
O Censo é uma pesquisa realizada pelo IBGE para fazer uma ampla coleta de dados sobre a população brasileira. Ela permite traçar um perfil socioeconômico do país, já que conta os habitantes do território nacional, identifica suas características e revela como vivem os brasileiros. Veja abaixo dados.
Quantos municípios receberam visita de recenseadores? Todos os 5.568 municípios brasileiros, mais dois distritos (Fernando de Noronha e Distrito Federal), num total de 5.570 localidades.
Quantos domicílios foram visitados? Segundo o IBGE, 106,8 milhões de endereços em 8,5 milhões de quilômetros quadrados.
Quantos questionários foram respondidos? 79.160.207, dos quais 88,9% com 26 quesitos e 11,1% com 77 quesitos. No total, 98,88% das entrevistas foram presenciais; o restante foi pela internet ou por telefone.
Que dados a pesquisa coletou? Além verificar exatamente qual o tamanho da população, o Censo compila dados sobre as características dos moradores (como idade, sexo, cor ou raça, religião, escolaridade e renda) e informações sobre saneamento básico dos domicílios.
Por que o Censo 2022 atrasou? A lei prevê que a pesquisa deve ocorrer a cada dez anos. Como a edição anterior era de 2010, a nova sondagem deveria ter sido realizada novamente em 2020, mas foi suspensa por conta da pandemia. Em 2021, o Censo teve segundo adiamento, desta vez por cortes orçamentários do governo Jair Bolsonaro. Após determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), foram liberados R$ 2,3 bilhões solicitados pelo IBGE, que iniciou trabalhos em 1º de agosto de 2022.