Partido pode perder senador e vereadores e ainda carrega o fardo pesado deixado por Marcos Trad
O deputado estadual Pedrossian Neto aceitou a presidência do PSD, acreditando que conseguirá impedir a falência de uma agremiação atolada nos escândalos carimbados pelo ex-prefeito Marcos Trad e experimentando um danoso processo de esvaziamento. Pedrossian Neto tem esperança que com uma candidatura própria à prefeitura de Campo Grande seja possível dar a volta por cima.
Entretanto, o parlamentar não tem argumentos capazes de demover boa parcela de importantes lideranças, disposta a trocar sua filiação por uma sigla que não tenha tantos desgastes. Vários vereadores que querem a reeleição viram suas chances diminuírem quando começaram a explodir as escandalosas bombas debitadas nas contas executivas, eleitorais e morais do ex-prefeito.
Não por acaso, mais da metade da bancada na Câmara Municipal já prepara o passo para percorrer outros caminhos partidários. Até o senador Nelsinho Trad, que é sua maior liderança, já tem o PL de portas abertas para recebê-lo, tendo o apadrinhamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, que recentemente enalteceu sua importância política.
Sem a maioria dos vereadores e com Nelsinho Trad fora, o PSD que Pedrossian Neto está assumindo agora é massa falida na política local. E ele mesmo, antevendo a dificuldade que terá para encontrar no partido um nome competitivo para disputar a sucessão, já antecipou que pode ir para o sacrifício em 2024. Nesse caso, terá a chance de explicar aos eleitores da Capital sua performance como secretário de Finanças de Marcos Trad, que deixou de herança para a vice Adriane Lopes uma prefeitura mergulhada no caos financeiro e administrativo.