PSD pode ter maior perda, com mais da metade saindo pela “janela” partidária
Consequência direta e negativa do “efeito Marcos Trad”, o PSD de Mato Grosso do Sul caminha com jeito de que será o maior perdedor com a abertura da “janela” partidária aos vereadores que desejam mudar de partido para tentar a reeleição em 2024. Com 8 dos 29 vereadores, a maior bancada da Câmara Municipal, o PSD de Campo Grande ensaia o seu avanço para um drástico emagrecimento: ao menos quatro parlamentares já esboçam o interesse ou a possibilidade de migrar para outros abrigos.
A conjuntura desfavorável criada pelo desastre monumental de Marcos Trad – como prefeito e depois com sua vexatória candidatura ao governo -, foi fatal para os projetos políticos do pessedismo local. Nem o fato de sair das urnas em 2020 com o maior número de eleitos serviu como consolo, devido ao desestímulo dos filiados. Com isso, torna-se evidente a necessidade de mudança para quem quer melhorar as chances de reeleição, entre os quais os vereadores Professor Riverton, Silvio Pitu, Tiago Vargas e Valdir Gomes.
Junior Coringa e Beto Avelar dão alguns sinais de entrar nesta revoada. Ambos analisam convites de outras legendas. Coringa afirma que ainda vai conversar com as lideranças do PSD, mas Avelar, líder da prefeita Adriane Lopes (PP), está de malas prontas: migrará para o Progressistas, da senadora Tereza Cristina. Bolsonarista, Tiago Vargas está de namorico caliente com o PL. Valdir Gomes tem acenos de quatro partidos. Riverton é cortejado pelo PP. William Maksoud está próximo do PSDB, mas não descarta o PSB.
O ano de 2022 foi a gota d´água para a tragédia política e eleitoral do PSD campo-grandense. Quase ao mesmo tempo, as revelações dos estragos que a gestão de Marcos Trad causou à cidade e as graves denúncias de abuso sexual e estupro que o lançaram a um lamacento nicho de vergonha política e pessoal destruíram as melhores expectativas partidárias, que as urnas confirmaram: Trad foi o sexto lugar entre oito concorrentes.