Programar uma viagem de julho a outubro para a prática da pesca esportiva em Corumbá é vivenciar toda essa mutação natural no ecossistema
A recém celebração do tradicional Banho de São João em Corumbá, um dos principais destinos de pesca esportiva do Brasil, marca um novo ciclo da natureza no Pantanal. A simbologia das águas do piscoso Rio Paraguai relacionada às crenças e fé dos pantaneiros tem muito a ver com as mudanças sazonais do bioma após o dia 23 de junho, data em que se banha o santo e ocorre a interrupção da cheia, iniciando-se a vazante na imensa planície.
O novo período é de prosperidade para o Pantanal – de renovação da vida com a floração dos ipês rosa e amarelo, de acasalamento dos bichos, abundância de peixes ao migrarem das baías e lagoas para o leito dos rios e o início da estação da fertilidade na criação extensiva do gado com o nascimento de bezerros. Programar uma viagem de julho a outubro para a prática da pesca esportiva em Corumbá é vivenciar toda essa mutação natural no ecossistema.
A crença dos fiéis ao santo e os saberes do pescador tradicional e do pantaneiro se complementam aos estudos do campo científico. Acredita-se que no dia 23 de junho o batizado de São João transforma o Rio Paraguai nas águas milagrosas do Rio Jordão, trazendo evolução e abundância à vida no Pantanal relacionada à pesca e o bem-estar do homem que ali vive. Até o retorno das chuvas, em novembro, a região torna-se um deleite para os apreciadores da rica biodiversidade local.
Prepare a tralha
Essa transição do Pantanal, onde a água do Rio Paraguai recompõe seu teor natural, é entendido como uma interseção do santo para os detentores do saber pantaneiro, os quais creem numa vida melhor para eles e para o meio ambiente. “A relação com as águas do Rio Paraguai é fundamental na cosmologia da celebração junina e coincide com os ciclos dessas águas”, atesta uma publicação do Iphan, que tombou o Banho de São João como patrimônio nacional.
Portanto, esta é a grande oportunidade de o pescador esportivo aliar a lógica da vida pantaneira ao desejo de sentir a emoção ao fisgar um belo exemplar de dourado, pintado, jau ou pacu e devolve-lo ao rio, contribuindo com a manutenção do estoque pesqueiro nesse berçário natural. Os associados da ACERT (Associação Corumbaense das Empresas Regionais de Turismo) oferecem roteiros para grupos em barcos-hotéis e hotéis com conforto e segurança.
Distante 420 km de Campo Grande, pela rodovia BR-262, Corumbá tem a melhor estrutura fluvial e serviços para a prática da pesca esportiva em água doce. Os pacotes em embarcações com capacidade para até 60 pessoas são reservados diretamente com as empresas, incluindo barco com guia de pesca, iscas, gasolina, bebidas e a melhor comida tipicamente pantaneira – além do bom atendimento e os melhores pontos de pesca ao longo do rio Paraguai.