Há 10 anos o ato de altruísmo e solidariedade realizado pela médica em Oncologia Clínica Carmencita Sanches Lang, do Hospital Regional de Mato Grosso do Sul (HRMS) ajuda pacientes sem condições na época mais fria do ano
Durante o tratamento contra o câncer pacientes enfrentam efeitos colaterais, como a perda de cabelo, a condição pode abalar a autoestima e o bem-estar emocional dos pacientes e se complica um pouco com a chegada do inverno, estação mais fria do ano.
Foi pensando nesse momento delicado, que a médica em Oncologia Clínica Carmencita Sanches Lang, do Hospital Regional de Mato Grosso do Sul (HRMS), tomou a iniciativa altruísta para tornar essa batalha um pouco mais confortável de uma maneira simples, porém significativa: toucas de tricô.
Há dez anos, em todo inverno, a médica Carmencita se dedica a produzir toucas de forma voluntária para os pacientes.
“É um momento muito bom que tenho no meu dia. Só consigo parar produzir nessa quantidade quando penso que é para ajudar alguém”, disse.
Quando prontas, as toucas coloridas são penduradas em um cabideiro para qualquer paciente que necessite.
Há dois meses, Benedita Ferreira Duarte, de 73 anos, moradora do município de Coxim, faz tratamento de quimioterapia e agora os cabelos começaram a cair e vai precisar cortá-lo. Para ter atendimento médico a senhora precisa viajar 253 quilômetros durante algumas madrugadas da semana até a capital.
Ela relata que a touca pode parecer simples, mas faz toda diferença.
“Com o tratamento, os cabelos já começaram a cair e logo vou precisar cortar. A touca vem em boa hora pois saio de casa de madrugada para vir ao hospital e é muito frio”, afirmou a paciente.
Assim como dona Benedita, muitos pacientes foram beneficiados ao longo desses anos, e outros passaram a contribuir com a ação, como é o caso da Cheff de Cozinha, Helen Braz, 46 anos, que há dois anos faz tratamento contra o câncer de mama e começou a ajudar na captação de doadores para a produção de toucas.
“Só quem fica careca sabe da importância dessa ação e tem gente que realmente não tem as mínimas condições. Engajei junto com ela [dra Carmencita] e fiz uma campanha no meu restaurante e na internet para conseguir doações e ano passado, por exemplo, conseguimos dinheiro e bastante lã”, afirmou.
Somente neste ano a médica já produziu mais de 40 toucas.
“A gente sabe que a maior parte dos pacientes ficam carequinhas, ou com pouco cabelo e isso também mexe com a vaidade. Então, se você tem uma ‘touquinha’ quente, bonitinha, você sai com uma sensação melhor. Isso faz parte do acolhimento. A intenção é facilitar a vida para eles, pelo menos no frio”, afirmou.
Quem se interessar em ajudar com doação de lã pode procurar a Carmencita no setor de Quimioterapia do HRMS.