Aparecida disse à polícia que estava ‘cansada de cuidar’ de Antônio Ricardo Cantarin, 64 anos, que teve AVC. Partes do corpo da vítima foram encontradas dentro de um congelador e em uma mala
Aparecida Graciano de Souza, de 61 anos, confessou à Polícia Civil ter envenenado o companheiro, Antônio Ricardo Cantarin, de 64 anos, e o esquartejado. A idosa relatou que dormiu com o corpo da vítima na casa e pediu ajuda a dois rapazes para colocar mala com o tronco do marido no porta-malas. Questionada sobre a motivação, afirma estar cansada das humilhações e ameaças por parte da vítima.
A idosa foi presa na sexta-feira, 26 de maio, em Selvíria (MS) após apresentar diferentes versões a respeito do desaparecimento do marido. Antônio Ricardo foi morto na segunda-feira (22) intoxicado por veneno de rato. Conforme relato de Aparecida, lembrou que sua irmã já ingeriu o tóxico conhecido como “mão branca” e quase veio a óbito e resolveu dar ao marido afirmando que era remédio.
O homem vivia sob cuidados dela após ter sofrido um Acidente Vascular Cerebral (AVC). Ao ser interrogada, a assassina confessa esclareceu que a vítima a maltratava e, apesar da assistência que dava ao marido por conta de dificuldades de locomoção, Antônio não a valorizava, dizia que ela o roubava e a ameaçava.
Pela manhã do dia 22 de maio, fez o marido ingerir o veneno. Conta que passou o dia indo ao quarto e checando se a vítima, que estava acamada, havia morrido. Ao anoitecer, constatou que Antônio havia falecido e cobriu o corpo com um lençol. A autora relata que escolheu dormir em outro cômodo e afirmou estar “fria e sem sentimentos”.
Na terça-feira (23), passou a ficar preocupada com o que faria com o cadáver. Então, esquartejou o marido, separando o tronco, a cabeça e membros, pois “sempre matou porcos e sabia como fazer tal procedimento”. A idosa colocou um plástico em cima da cama que ele estava, bem como usou panos para conter o sangramento, e deixou as partes do corpo sobre o móvel.
O cadáver começou a exalar forte odor na quarta-feira (24). Aparecida colocou o tronco do marido em uma mala e chamou dois rapazes conhecidos para auxiliá-la a colocar a mala no carro. Os homens estranharam o cheiro forte e a questionaram, momento em que a autora respondeu que havia colocado veneno de rato na casa e alguns animais mortos deveriam ter sido colocados por engano na mala cheia de retalhos.
A autora relata ter dado carona aos homens até as residências deles e que pagou cerca de R$ 30 pelo serviço. Depois, dirigiu-se até a BR-158, saída para Três Lagoas (MS), e empurrou a mala do veículo, retornando para Selvíria (MS) em seguida.
A idosa guardou os outros restos mortais do marido em um freezer de carne e apenas os descartou na sexta-feira, 26, pois o veículo apresentou problemas mecânicos. No dia em questão, policiais civis foram até a casa dela.