A história de evitar antecipações no tabuleiro sucessório de 2024 não vai colar
Fatos e declarações recentes estão a indicar que aquela história de evitar antecipações na formação do tabuleiro sucessório de 2024 não vai colar desta vez. O pessoal está mesmo disposto a acelerar o passo, o que sugere a possibilidade cada vez maior de confrontos entre gigantes e uma guerra sem quartel na maioria dos 79 municípios de Mato Grosso do Sul.
Uma das novidades é o fim do mistério sobre o futuro partidário e eleitoral da prefeita Adriane Lopes, de Campo Grande. Ela está trocando o Patriota pelo PP e até já posou para fotos estudadas para divulgação com o presidente nacional do Progressista, Ciro Nogueira, e a senadora Tereza Cristina.
A mudança de Adriane tem duas direções lógicas. Uma é garantir a candidatura à reeleição em melhor acomodação política e partidária. Outra é fortalecer-se para, se não entrar na disputa sucessória, potencializar o seu próprio peso político-partidário, valorizando eventual apoio a outro nome, tendo como primeira alternativa uma coligação com o PSDB na Capital.
Os tucanos têm, hoje, as declaradas intenções do deputado federal Beto Pereira e do presidente da Agems, Carlos Alberto de Assis, sendo que o parlamentar tem a preferência no ponto-de-vista eleitoral. O PT não está fora desse tabuleiro. Além do “fator Lula” na presidência, aqui no Estado há lideranças emergentes, como a deputada Camila Jara pronta para o desafio. E os bolsonaristas ainda não se entenderam, contudo sinalizam para uma saída matemática com Marcos Pollon (PL), o mais votado dos deputados federais.
Estes nomes ainda precisariam remover um obstáculo que hoje já não tem a mesma pegada eleitoral de anos atrás: o ex-governador e ex-prefeito André Puccinelli. Não é café pequeno, mas depois de tantas bordoadas na imagem e nas urnas sua xícara diminuiu de tamanho.
Em resumo, a carroça não esperou a armação dos bois para puxá-la. Parece ser para ela, e não para os bovinos, que andam soprando o berrante.