No Maio Amarelo, mês da conscientização sobre a segurança no trânsito, Abrati ressalta a importância da fiscalização para reduzir os riscos nas estradas
Ônibus sem manutenção, problemas graves de segurança, descaso geral com as regras. O transporte clandestino e de empresas de transporte que burlam regras tem sido alvo dos órgãos fiscalizadores brasileiros nos últimos anos. De acordo com dados recentes da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), só nos primeiros quatro meses deste ano já foram realizadas 1.032 apreensões. Para a Abrati (Associação Brasileira das Empresas de Transporte Terrestre de Passageiros), esses números são preocupantes e revelam um cenário de falta de segurança para passageiros e motoristas. Em 2021, foram 2.491 veículos apreendidos e, em 2022, esse número chegou a 3.467.
“Muitas vezes, o cliente vislumbra apenas o valor mais acessível em relação ao transporte que vai contratar. Mas os riscos que o usuário corre ao escolher este tipo de transporte são inúmeros como, por exemplo, estar dentro de um veículo sem vistoria e com motoristas sem a devida habilitação. Não é à toa que 43% de acidentes estão relacionados a causas humanas”, destaca Letícia Pineschi, conselheira e porta-voz da Abrati.
“Esse tipo de transporte irregular utiliza motoristas sem treinamento para dirigir ônibus ou para guiar à noite ou mesmo em longas distâncias. Toda essa irresponsabilidade não apenas coloca em risco a vida de milhares de passageiros, mas também ameaça a vida de todos que circulam pelas rodovias”, afirma.
A associação enfatiza também que a responsabilidade com a segurança e a formalidade do trabalho dos rodoviários são imprescindíveis para a diminuição de acidentes nas estradas. “Por isso, ao contrário dos motoristas de ônibus clandestinos, os condutores do transporte regular contam com padrões de treinamentos rigorosos, testes toxicológicos contínuos e alojamentos para descanso”, conta.