Empatia, segundo o dicionário, é a capacidade de se identificar com outra pessoa, de sentir o que ela sente, de querer o que ela quer, de apreender do modo como ela aprende. Em resumo, é se colocar no lugar do outro. E, talvez, seja esse o sentimento que tomou conta de Jair Bastos, 51 anos, vigilante patrimonial no Hospital Unimed Campo Grande há pouco mais de três anos.
Há poucos dias, enquanto trabalhava, no Pronto Atendimento Adulto da unidade hospitalar, percebeu uma movimentação e logo foi avisado por um homem que passava por ali que uma senhora tentava correr com seu bebê no colo pelo estacionamento. Desesperada, pedindo socorro e sem saber aonde ir, a mulher foi surpreendida por Jair, que, sem pestanejar, pegou a criança e correu o mais rápido que pôde até o Pronto Atendimento Pediátrico, já pedindo acesso à ala vermelha. Assim que ali chegou, uma equipe prestou os primeiros socorros à criança que estava convulsionando.
O caso, segundo foi informado, era crítico, e por isso, de imediato, o pequeno paciente recebeu atendimento de uma equipe de enfermeiros, técnicos em enfermagem e o médico plantonista, seguindo todo o protocolo para pacientes em classificação vermelha.
Depois do susto, já mais aliviado por saber que a criança estava segura, Jair voltou para o seu posto de trabalho, e, questionado pelos colegas sobre o ocorrido, disse: “Eu vi de longe essa senhora em desespero, tentando correr com o bebê e dizendo que seu filho ia morrer. Então, nem pensei em nada, só corri em direção a ela e ajudei. Era uma vida em risco e, se eu posso ajudar, eu vou fazer isso, seja criança ou adulto, eu vou fazer. Foi o que pude fazer naquela hora, o lado do ser humano, de se colocar no lugar da pessoa que precisa”.
Apesar da humildade sobre a atitude que teve, sabemos que o tempo foi crucial para salvar a vida dessa criança. Além disso, situações como essa requerem calma, rapidez e precisão na hora de prestar os primeiros socorros a quem precisa.
A gerente assistencial e de recursos próprios do Hospital Unimed CG, Claudenice Valente, destacou a postura do vigilante. “O Jair teve muita sensibilidade e uma reação assertiva diante de uma situação singular. Não tenho dúvidas de que apesar da circunstância de medo e fragilidade que essa mãe vivenciou, também foi uma experiência única diante da atitude dele”.
Tranquilo, Jair finaliza a conversa dizendo o que ficou dessa experiência. “O sentimento que fica é de gratidão de poder prestar um auxílio a uma criança quando ela precisou. Fiquei alegre depois de saber que o bebê ficou bem”.