Pedro Pedrossian Neto (PSD) tem no sangue e no sobrenome um poderoso estímulo: o avô, Pedro Pedrossian, lendário protagonista político. É sua grande inspiração, porém, este jovem, que fará 42 anos no dia 25 deste mês, já acende suas próprias luzes na vida pública.
Economista, com Mestrado em Economia Política na PUC, foi adjunto da Secretaria Estadual de Desenvolvimento e secretário municipal de Finanças de Campo Grande. Sua atuação o credenciou para disputar cargos eletivos. Assim, em 2022, saiu das urnas com 15.994 votos e a primeira suplência. Assumiu a titularidade com a cassação do deputado Tiago Vargas.
Disposto a “honrar a expectativa dos eleitores” e corresponder às expectativas do governador Eduardo Riedel (PSDB), de quem é o vice-líder na Assembleia, Pedrossian Neto foca seu mandato em ações pelo desenvolvimento econômico e social. Ele conta, nesta entrevista à FOLHA, como descobriu sua vocação, o que pretende fazer no mandato e como definirá seu futuro na vida pública.
FOLHA DE CAMPO GRANDE – O fato de ser neto de Pedrossian qualifica o currículo. Como pretende impor suas próprias
PEDRO PEDROSSIAN NETO – Ser neto de Pedro Pedrossian é uma honra. Além de ser uma grande inspiração, ele é um farol para guiar quem anda na vida pública. Quanto a mim e à minha ação política, meu mandato está a serviço da sociedade, pois pertence a ela. Procuro seguir bons exemplos, como os do meu avô e de outras lideranças de provada credibilidade. Não importa o partido, importam as ideias e o seu foco. Se os focos estão no bem-estar coletivo, na honradez, no tratamento correto da coisa pública, na eficácia da prestação de serviços, no planejamento, estou neste contexto.
FCG – Mestre em Economia, professor acadêmico, secretário em pastas de áreas financeiras. Como um técnico descobriu a vocação para a política?
PPN – Esta é a palavra certa: vocação. É uma voz interna. Trabalhei bastante no setor privado, porém sentia satisfação mesmo era com a coisa pública. Saí do Estado com 13 anos. Fiquei em São Paulo, trabalhando e estudando, até os 33. Iniciei vendendo ar condicionado no telemarketing. Fiz parte do grupo de empreendedores jovens da Fiesp [Federação das Indústrias de São Paulo]. Comecei a fazer Administração Científica na PUC, na Faculdade de Economia. Entrei de estagiário, de repente estava no Departamento de Relações Internacionais e Comércio Exterior da Fiesp.
FCG – Foi uma experiência interessante na sua carreira?
PPN – Muito. Tive oportunidade de ir pra Europa, passei mais de seis meses em Genebra, nas negociações do Brasil com a Organização Mundial do Comércio. Voltei ao Brasil, fui professor da PUC, fiz o mestrado em Economia Política e voltei a Mato Grosso do Sul, quase como um estrangeiro. Quem me deu oportunidade foi a Tereza Cristina, que me colocou de adjunto na Pasta, no governo de André Puccinelli. Depois, o Marcos Trad me chamou para a Secretaria de Finanças, num momento conturbado, com folha atrasada, sem pagar seis meses de hospital. Foi feito o trabalho de recuperação. Diante de tudo isso, entendi estar maduro pra fazer política e aceitei ser candidato a deputado estadual. Fui eleito com 15.994 votos e quero honrá-los.
FCG – Quais compromissos de campanha são sagrados?
PPN – Quero fazer um mandato plural, com dois eixos centrais. Um é o desenvolvimento econômico: empreendedorismo, geração de empregos, reforma tributária, incentivos fiscais, regionalização do progresso nas 79 cidades. Outro eixo é o social. E comprei algumas brigas. Montei a Frente Parlamentar de Defesa das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos, que é algo inédito, com monitoramento. Um relatório sobre a situação fiscal e financeira dessas instituições será apresentado. Teremos a Frente Parlamentar das Comunidades Terapêuticas, que tem mais de 10 instituições só na Capital. Já apresentei projetos colocando recursos para entidades que trabalham com a criança e o adolescente, o idoso, pessoas com deficiência, os desassistidos. E não é ajuda só com emendas, mas com propostas de políticas públicas. A moradia é outro item essencial. Conheço grande parte das favelas locais e estou tratando para criar um programa de reformas, construção e regularização de casas de famílias de baixa renda.
PPN – Foi uma decisão pessoal do governador. Eu o apoiei no segundo turno, achei que era o melhor para o Estado. Logo após a eleição já fui compor com a sua base. Ele me convidou, aceitei. Porque tem confiança, temos ideais comuns. E a defesa que faço não é propriamente do governo, mas da sua concepção, do conteúdo, do que ele propõe na economia, na inclusão e no desenvolvimento social e econômico. Queremos um Estado que promova a liberdade econômica, mas não se esqueça que o outro lado precisa de um colchão de amortecimento dos problemas sociais e de soluções para que as desigualdades se reduzam ao máximo.
FCG – Qual sua leitura sobre os primeiros 100 dias de governo Riedel?
PPN – Muito positivos. Um ambiente favorável, Assembleia Legislativa em harmonia com o governo, os deputados e os poderes dialogando. Politicamente tranquilo. O governo está indo bem, dando continuidade nos projetos, inovando. O crescimento econômico se consolidou. Uma reportagem na Folha de São Paulo mostra que Mato Grosso do Sul é o terceiro do País com o menor índice de desemprego, sobretudo por conta do agronegócio e da industrialização, apostas das políticas públicas do governo.
FCG – Candidatar-se a prefeito está entre as possibilidades futuras?
PPN – Não. Eu acabei de chegar. Estou fincando as raízes de um mandato e preciso cumpri-lo bem, responder à confiança e à expectativa da sociedade. É esta caminhada que, futuramente, vai fornecer as condições para avaliar se estou pronto ou não para outros projetos políticos.