Estado deve ganhar nova fábrica e se consolidar como segundo no país em etanol de milho
Uma nova indústria de produção de etanol de milho deve entrar em operação ainda na safra 2023/2024 em Mato Grosso do Sul e o estado se consolidar como segundo maior produtor brasileiro do biocombustível a partir do cereal. A projeção foi divulgada nesta quarta-feira (8), pela UNEM (União Nacional do Etanol de Milho).
O levantamento da UNEM, aponta que em maio de 2022, a Inpasa, grupo com atuação no Paraguai e no Brasil, iniciou a operação da sua unidade em Dourados, no sul do estado, e que em setembro, a empresa foi autorizada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a operar com sua capacidade máxima, 2.500 m³ por dia de etanol hidratado e 2.500 m³ por dia de etanol anidro.
A entidade, revela que até meados da safra 2023/2024 (no início do próximo ano), deverá entrar iniciar a produção de etanol de milho a Neomille, do grupo Cerradinho Bio, em Maracaju, também no sul do estado. Com as duas unidades, o estado deverá totalizar 1,14 bilhão de litros, 61% a mais do que na safra 2022/2023, quando fabricou 710 milhões de litros.
Com esse volume, Mato Grosso do Sul deverá se consolidar como o segundo maior produtor nacional do biocombustível fabricado a partir do grão. Somente Mato Grosso deverá ter um processamento ainda maior, 4,16 bilhões de litros. No país o volume deve atingir 6 bilhões de litros.
Como comparação, a produção de etanol de milho nesta nova safra no estado deve representar o equivalente a 45,8% de todo o volume processado pelas usinas de cana-de-açúcar do parque sul-mato-grossense no ciclo 2021/2022, que chegou a 2,4 bilhões de litros (quinta maior do país).
“Mesmo com todas as adversidades enfrentadas por efeitos como pandemia, redução da atividade econômica, políticas tributárias e processo eleitoral, deveremos fechar a próxima safra com crescimento de 1.053% em relação a 2017. Hoje, em 31 dias de operação, temos capacidade de produzir o que se produziu todo o ano de 2017”, aponta o presidente-executivo da Unem, Guilherme Nolasco.
Ele aponta que nos últimos seis anos houve um crescimento exponencial do setor, que saiu de 520 milhões de litros de etanol de milho na safra 2017/2018 para seis bilhões de litros, devendo chegar neste ciclo a 21 usinas em operação, entre flex (com cana e milho) e dedicadas (somente milho), sendo duas em Mato Grosso do Sul.
A UNEM prevê que o etanol de milho deverá aumentar nesta temporada, sua participação dentro da cadeia de biocombustíveis carburantes (utilizados em automóveis), passando de 13,7% para 19% do etanol consumido no país.
A instituição projeta que deverá processar 14 milhões de toneladas de milho no novo ciclo, o que deve representar 11% da produção nacional do cereal, conforme a estimativa da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), que é de 125,8 milhões de toneladas.
“Mato Grosso do Sul, que se destaca na produção de etanol a partir da cana, tem ganhado espaço na cenário nacional com uma produção significativa do biocombustível a partir do milho. Até 15 de fevereiro, foram produzidos mais de 610 milhões de litros de etanol a partir do grão, o que representa um acréscimo de 19% na produção de etanol no Estado com apenas uma planta em operação. Com suas particularidades em termos de capacidade de produção e armazenamento da matéria-prima, a atividade se apresenta com potencial para Mato Grosso do Sul. Se trata de uma atividade de alto investimento, alinhada nos quesitos de sustentabilidade, que contribui na movimentação de outros segmentos do agronegócio e reforça a aptidão do Estado como produtor de energia limpa e renovável”, afirma o Diretor-executivo da Biosul, Érico Paredes.