Entrevista da parlamentar publicada nesta quinta-feira pelo jornal Folha de S. Paulo reforçam o descontentamento com o ex-capitão
A interlocutores, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que Carla Zambelli (PL-SP) traiu sua confiança e fez um acordo com o ministro Alexandre de Moraes para reaver suas redes sociais, bloqueadas após divulgação de notícias falsas e ataques à democracia. A informação do desgaste entre a parlamentar e o ex-capitão foi publicada pela colunista Mônica Bergamo, do jornal Folha de S. Paulo, nesta quinta-feira 23.
Segundo fontes próximas ao ex-presidente entrevistadas reservadamente pela coluna, Bolsonaro já havia levantado a desconfiança após a derrota para Lula (PT) no ano passado, mas disse ter certeza da traição quando Moraes liberou o acesso de Zambelli às redes sociais.
O fato, segundo esses interlocutores, confirmou para Bolsonaro que houve um acordo entre a parlamentar e o magistrado, considerado seu inimigo.
Vale lembrar, que durante o jantar do PL, Bolsonaro e Zambelli discutiram na mesa em que estavam. O tema do embate, porém, não foi revelado naquela ocasião. A discussão foi confirmada por Zambelli após o evento. A deputada alegou, porém, que a irritação de Bolsonaro era com o tema da conversa e não com ela.
Ainda de acordo com a colunista, estas fontes próximas ao ex-presidente vinham considerando a opinião de Bolsonaro como exagerada, mas reviram o ponto de vista após a entrevista de Zambelli publicada na noite desta quarta-feira 22 pelo jornal. Na conversa, a deputada faz críticas a Bolsonaro e revela tentativa de diálogo com Moraes.
Ela chega, em determinado momento, a admitir que abandonou pautas caras ao bolsonarismo, como o impeachment do ministro ou a narrativa de que houve fraude nas urnas, após ter o acesso a suas redes sociais devolvido. Ela também diz que não fará mais ataques a Moraes e sinaliza, inclusive, uma espécie de tentativa de união com o ministro para atuarem juntos contra o PT. Seu alvo agora, diz, será Lula.
“Eu tinha o papel de defender Bolsonaro e o governo, qualquer um que os atacasse tinha que virar um alvo meu. Nesta legislatura, Bolsonaro não é mais presidente, então nosso alvo tem que ser Lula, seus feitos e desfeitos”, afirmou Zambelli ao jornal.
Em seguida, ela detalha o aceno que fez ao magistrado. “Liguei [para Alexandre de Moraes] e mandei um e-mail. Alguns dias depois, minha rede foi devolvida, pode ter sido um gesto. Estou à disposição dele para conversar. Porque ele vai ser um alvo do PT daqui a pouco. O PT não vai se contentar em indicar somente os dois ministros que vão se aposentar”.