Nenhuma novidade no desfecho do impasse envolvendo o Consórcio Guaicurus, responsável pelo serviço de transporte coletivo, e a Prefeitura de Campo Grande. Mais uma vez é a grande massa assalariada de passageiros que vai pagar a conta e continuar engordando os cofres das empresas de ônibus.
A demora para definir o novo preço da passagem só acabou porque o governo estadual novamente assumiu a responsabilidade de bancar o custeio das gratuidades que beneficiam os estudantes. No governo anterior, a última ajuda financeira, de junho a dezembro, foi de R$ 7,2 milhões. Agora o novo governo desembolsará 10 milhões.
Com mais R$ 12 milhões da prefeitura, as empresas lucrarão no ano R$ 22 milhões só com o passe do estudante. O consórcio aumentou a tarifa de R$ 4,40 para R$ 4,65, a 9ª mais alta do País, e com isso aumenta o lucro. Cada assalariado que paga duas tarifas/dia (ou seis por semana) despejará por mês nos cofres dos empresários R$ 223,20. Além disso, o consórcio goza de outros benefícios, como a isenção de ISS (Imposto Sobre Serviços).
Enquanto as empresas bamburram com o suado dinheiro do povo, o serviço continua sofrível: frota sem renovação, veículos sem manutenção adequada e ar condicionado, pontos insuficientes, terminais desassistidos e as linhas não cobrem toda a demanda. Já era hora de a prefeita e a Câmara Municipal intervirem a favor dos usuários.