Com dívidas de R$ 19 mil em clínicas veterinárias, protetora pede ajuda para arcar com despesas de animais resgatados
Sônia Marly Gonçalves Palhano dedica boa parte do dia para cuidar de 80 cães em sua casa, em Campo Grande. Os animais foram resgatados da rua e estão disponíveis para adoção. Ela se considera uma “protetora de animais independente”. Ela não é a única, outras pessoas na cidade têm a mesma paixão e devoção. “O que falta em nossa cidade é sermos reconhecidos. Em outras localidades essas pessoas recebem, mensalmente, ração do município para manter cães e gatos em suas propriedades, até que os bichinhos ganhem um lar definitivo” argumenta.
Aposentada de órgão público, onde trabalhava no setor de Recursos Humanos, Sônia revela que desde criança já se preocupava com os animais. “Eu recolhia e levava para casa. Meu pai apoiava a ação e minha mãe relutava, mas depois ajudava. Certa feita nós nos mudamos para Brasília e lá, dos meus 10 aos 14 anos, intensifiquei o resgate de animais. Não podia ver um cachorro ou um gato abandonado que levava para casa”, conta.
“Só depois de limpar tudo e dar água e comida para os cães é que fico tranquila”, comenta. Segundo a aposentada, cuidar dos animais representa uma troca. “Sou o anjo da guarda desses animais. Por outro lado, cuidar deles faz bem para mim. Não sei se é destino, mas sou feliz com os meus animaizinhos”, diz.
Os cães estão disponíveis para adoção. No entanto, Dona Sônia avisa que só entrega os animais quando tem certeza de que eles serão cuidados. “Fico em cima de quem for levar os bichinhos. Pego endereço e telefone. Seu eu duvidar da pessoa, não entrego”.
Ela mantém, ainda, 18 gatos na casa do filho. “Eu amo muito o que eu faço. Enquanto tiver força, eu vou cuidar dos bichinhos”, diz, emocionada.
A protetora revela que desde quando começou a recolher os cachorros, nunca passou por fase pior que vive agora. “Em dezembro e agora houve uma redução muito grande das doações, precisamos muito de ração. Me desdobro, participo de feiras onde me dão barracas, faço rifas, tudo em prol dos animais, mas sem ajuda é impossível continuar”.
“Na maioria das vezes, quando adoto um cachorro e está à beira da morte, com cuidados veterinários e amor eles são recuperados. Meu primeiro, há 14 anos, é o Pitoco. Como podemos ver na foto o estado dele antes e hoje, parece um milagre”, diz orgulhosa.
São inúmeros casos, como o da Donatela, por exemplo. “Quando foi trazida para casa parecia qualquer coisa menos um cachorro e olha como ela está bem hoje. Não posso me esquecer da Hebe, que prenha foi atropelada e abandonada. Resgatei e hoje ela e a ninhada passam bem”.
Também tem casos de câncer em animais. Dona Sônia mostrou a Vivi, que quando foi resgatada estava em situação lastimável, a doença tinha consumido uma pata dela. “Mas depois de tratamento veterinário e muitos cuidados, hoje ela está pronta para viver bem”, desabafa.
Em geral, nas veterinárias o serviço é pago, uma protetora ajuda a outra. “Não posso deixar de citar a Stella Vasques, sempre que precisamos uma da outra estamos a postos”, diz. “Já banquei operações que custaram mais de R$ 10 mil e os remédios não são baratos”, emendou.
Ela mostra a Donatela, que quando foi resgatada a aparência, para muitos, seria melhor sacrificar, mas Sônia não abriu mão de tentar. “Com a Donatela foram gastos enormes e ainda hoje muitos cachorros lá de casa tomam medicamentos. Os gastos são altos, mas o que mais me preocupa é a ração mesmo, por isso quero pedir a quem, como eu, gosta dos animais, que me ajude”.
A luta é árdua, não tem hora pra acabar e a angústia de ver faltar comida causa desespero em não acabar com o sonho ou deixar cães e gatos desamparados. Muitos deles foram abandonados na pandemia e as doações caíram 80%.
Se você é simpatizante da causa animal, some suas forças com Sônia. Para isso, ela divulga o PIX e coloca sua casa à disposição para quem quiser acompanhar seu trabalho, conhecer e até adotar um dos animais. “É o meu telefone [67 99291-1741], mas prefiro olhar para a pessoa que vai fazer a doação. Acredito que eles queiram ver os animais. Entrando em contato comigo a gente se entende”, finaliza.