Numa eleição tão singular como a escolha da Mesa Diretora de uma Assembleia Legislativa, alguns fatores podem ser circunstanciais, casuais ou episódicos. Contudo, há poucas, mas indispensáveis e inflexíveis condições. A credibilidade e a comprovada e vitoriosa experiência para o mister estão, sem dúvidas, entre as qualidades raras e determinantes para uma investidura deste jaez.
Em Mato Grosso do Sul apenas 24 deputados votam para escolher os membros da Mesa Diretora. É muito difícil medir com precisão o tamanho da responsabilidade de cada voto para definir quem ocupará os cargos, em especial a presidência e a 1ª secretaria. Estas são os pulmões da gestão e do funcionamento político-administrativo do principal poder das democracias.
Por isso, a responsabilidade das escolhas precisa gerar decisões das mais inteligentes e compatíveis com o real interesse público. Tudo indica que, sem disputa, a presidência a ser cristalizada em chapa única ficará com o deputado Gerson Claro, do PP. Para a 1ª secretaria, ainda em disputa, a tendência, pela lógica de maior propriedade e sustança política e pessoal, a bússola aponta para o deputado Paulo Corrêa, do PSDB, atual presidente.
Na costura de entendimentos, vale ressaltar a presença esclarecedora e visionária do ex-governador Reinaldo Azambuja. Cumpriu aquilo que era de sua alçada, como dirigente do PSDB e líder político, sendo decisivo para dar à disputa o caminho mais adequado e mais próximo do entendimento. Sem desqualificação dos demais pretendentes, é Corrêa o nome de melhor envergadura para assumir a complexa missão de gerir não só um dos maiores orçamentos públicos do Estado. O 1º secretário, além de gestor, é quem coordena, planeja e monitora o funcionamento do poder. Tem o papel de dar sustentação gerencial e política à presidência e interagir com os demais parlamentares e interlocutores que compõem a agenda rotineira de compromissos internos e externos da Alems.
A gestão do Legislativo não é um simples teste de competência ou de aptidão. É um encargo que se ajusta somente no eixo de provadas vocações, que pressupõe para a designação um eixo consistente de forma e conteúdo, e cobrando, para isso, a conduta inatacável, a folha de serviços prestados e o acúmulo de méritos, coisas que não se obtém da noite para o dia e não se encontra à venda no armazém da esquina.