A ex-deputada foi condenada por homicídio e tentativa de homicídio, uso de documento falsos e associação criminosa armada
A ex-deputada Flordelis foi condenada a 50 anos e 28 dias de prisão pelo homicídio do marido, Anderson do Carmo, em junho de 2019. Ela foi condenada por homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio duplamente qualificado, além uso de documento falso e associação criminosa armada.
A sentença foi definida pela 3ª Vara Criminal de Niterói após mais de seis dias de julgamento em júri popular.
A filha biológica de Flordelis, Simone dos Santos Rodrigues, foi condenada a 31 anos e 4 meses de prisão por homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio duplamente qualificado e associação criminosa armada.
Rayane dos Santos, neta biológica da ex-deputada e Marzy Teixeira e André Luiz de Oliveira, filhos adotivos de Flordelis, foram inocentados.
Durante o interrogatório, a Flordelis afirmou que os abusos que Anderson do Carmo cometia dentro de casa, inclusive contra ela, foram a motivação do assassinato. Ela negou envolvimento na execução do crime, e lembrou que dois filhos foram sentenciados pela execução, mas disse que, por não estar na cena do crime, não saberia dizer quem foram os autores.
Julgamento
Cinco réus foram interrogados durante o julgamento, que completou seis dias no sábado, 12. Foram ouvidos: Flordelis, os filhos afetivos André Luiz Oliveira e Marzy Teixeira, a filha biológica Simone dos Santos Rodrigues e a neta da pastora, Rayane Oliveira.
Por volta das 19h de sábado, o Ministério Público começou a promover a acusação.
Anderson do Carmo, marido de Flordelis, foi morto com mais de 30 tiros, em 16 de junho de 2019. Ele foi alvejado na garagem da residência do casal. Porém, antes do homicídio, segundo a polícia, a vítima sofreu várias tentativas frustradas de envenenamento.
Simone, de 42 anos, foi a última a ser interrogada durante o julgamento que ocorreu desde a última segunda-feira, 7, no fórum de Niterói, na região metropolitana do Rio de Janeiro. Ela foi a única ré com advogada própria – os outros quatro réus, Flordelis inclusive, foram defendidos pela mesma banca.
Durante seu depoimento, ela afirmou se sentir “culpada” pela morte do pastor, por ter incitado o irmão Flávio dos Santos, já condenado por ter disparado os tiros que mataram Anderson do Carmo, a cometer o crime, ao contar para ele sobre os abusos que sofria do pastor. Mas negou ter planejado o crime ou ter pedido ao irmão para que matasse o pastor.
Simone afirmou que, ao relatar esses abusos ao irmão Flávio, imaginou que ele fosse agredir o pastor e não matá-lo. Contou ainda que nessa ocasião o irmão pediu a ela a senha do cofre da família, e não disse mais nada.
A filha de Flordelis afirma que, no momento do crime, na madrugada de 16 de junho de 2019, estava com o namorado em um apart-hotel na Barra da Tijuca (zona oeste do Rio), e que foi avisada a respeito por telefone, numa ligação de uma familiar. Então pegou um carro de aplicativo e foi para Niterói – planejou ir para a casa da família, onde o crime foi cometido, mas redirecionou o trajeto para o hospital, onde encontrou os parentes. Ao chegar, segundo ela, soube que o pastor já estava morto.