Desenho enigmático foi encontrado em meio a uma plantação de trigo em Ipuaçu, no Oeste catarinense
A aparição de marcas “misteriosas” como a que foi encontrada nesta terça-feira (4) em uma plantação de trigo em Ipuaçu, no Oeste catarinense, atraiu olhares de curiosos à propriedade rural onde o agroglifo apareceu, e trouxe à tona discussões sobre o surgimento.
O servidor da Epagri/Ciram Sydney Kavalco diz que não há certeza de como a figura foi desenhada na propriedade, mas afirmou que simples objetos conseguem amassar as plantas.
“Existem equipamentos que podem amassar o trigo dessa forma. A grande questão é porque não deixa rastro, como é que entra na lavoura”, diz.
Segundo o professor Adolfo Stotz Neto, presidente do Grupo de Estudos de Astronomia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), além de as marcas serem feitas de forma “bastante simples”, “as pegadas são facilmente desfeitas” por quem faz, que também pode andar “pelas próprias riscas”.
“Uma corda comprida, uma tábua bem lisa e duas pessoas fazem aquilo. Um fica segurando na ponta da corda e outro caminha, fazendo o círculo do tamanho que quiser”, comenta.
Conforme Adolfo, a prática ficou conhecida na Escócia, na década de 1980, quando moradores faziam desenhos na vegetação por “pura brincadeira” e considera, hoje, as figuras como expressões artísticas. “Dá para fazer obras lindíssimas”, afirma.
Segundo o proprietário da plantação de Ipuaçu, Sérgio Girotto, 62 anos, esta não é a primeira vez que imagens enigmáticas apareceram no terreno dele.
O agricultor lembra que uma situação parecida aconteceu na propriedade há 7 anos, com uma imagem feita a cerca de 200 metros de onde o desenho atual foi registrado (veja no vídeo abaixo).
“Hoje, nos deparamos pela segunda vez na nossa propriedade. A gente estava tomando café e vimos esses negócios misteriosos que a gente não sabe explicar de onde vêm”, afirmou.
Entidades extraterrestres
Especialistas em ufologia, no entanto, costumam vincular agroglifos com entidades extraterrestres.
Segundo o Luiz Prestes, responsável pelo Grupo de Pesquisa Ufológica de Santa Catarina, agroglifo é qualquer figura encontrada em meio à plantação, mesmo que não tenha suspeita de ter sido feita por extraterrestres. Os considerados “verdadeiros”, como destaca o ufólogo, são sinais emitidos por seres de outros planetas. No entanto, seres humanos também podem construir essas figuras.
Sobre a imagem feita em Ipuaçu, Prestes afirmou que, como não há vegetação erguida nas áreas mais baixas da imagem, ele acredita que trata-se de uma figura de origem desconhecida.
“Quando é feita por homens, a vegetação amassada não fica linear. Diferente deste caso, onde a vegetação está completamente amassada nas áreas mais baixas. Resumindo, na minha análise, é um agroglifo verdadeiro”, informou.
Para o professor da UFSC Adolfo Stotz Neto, a ufologia não pode ser considerada uma ciência. “Ciência é um método. E métodos científicos exigem a repetição do fenômeno, sempre que as condições forem as mesmas, e também alteração da teoria. Uma ciência só é ciência se não for dogmática, se permitir que você faça novas descobertas”, explicou.
“Pessoas acreditam no que quiserem, a crença é uma possibilidade humana. Mas a ciência, essa que nós tratamos na medicina, na engenharia, não se trata de crença. Quando você dá um remédio ao doente, você não está acreditando que o remédio faz efeito, você sabe que ele faz efeito”, pontua.