Uma guerra está prestes a acontecer no Paço Municipal. A prefeita sofre pressão de Marquinhos Trad e seu grupo, que quer continuar controlando o município
Mais um homem de confiança do ex-prefeito Marquinhos Trad deixa a prefeitura de Campo Grande após o primeiro turno das eleições, o vice-presidente do PSD, Robson Gatti Vargas, que exercia o cargo de secretário adjunto na Segov (Secretaria de Governo e Relações Institucionais).
O acordo da prefeita Adriane Lopes e o candidato derrotado nas eleições era claro: manter os apaniguados de Marquinhos até o dia 2. Portanto, a debandada já era esperada e novas demissões devem acontecer nesses dias.
“Me desligo hoje da prefeitura, foi uma decisão pessoal”, resumiu Gatti.
Na segunda-feira (3) o titular da pasta de articulação da prefeitura, Antônio César Lacerda, braço direito de Marquinhos, comunicou a saída do cargo de secretário, onde estava desde janeiro de 2017, também alegando motivos pessoais em sua decisão.
Talvez por não conseguir emplacar a candidatura de Marquinhos Trad ao Governo, que conquistou apenas 124.795 votos e amargou a 6ª colocação na disputa, Lacerda, que é presidente do diretório municipal do PSD na Capital, também passou longe de eleger o filho, André Lacerda, que teve 2.598 para deputado estadual.
Óbvio que os mandatários não vão externar esse acordo, cujo o ‘deadline’ foi o dia 2 de outubro, e ontem a prefeita Adriane Lopes (Patriota) garantiu que não irá prover uma “dança das cadeiras” no primeiro escalão da prefeitura, mas que as trocas serão atendidas em caso de decisão pessoal dos titulares.
Para o público, esse será o discurso oficial, mas todos que vivem às margens do poder sabem que o buraco é mais embaixo. E, apesar de Adriane Lopes ter sido uma cabo eleitoral fervorosa de Marquinhos nessa eleição, a administração exige parcimônia e controle das ações. Se ela quer tirar Campo Grande do caos tem que agir o mais rápido possível.
Contudo, uma guerra está prestes a acontecer no Paço Municipal. A prefeita sofre pressão de Marquinhos Trad e seu grupo, que quer continuar controlando o município.
Nas secretarias de Finanças, Saúde, Obras e Educação, o prefeito quer blindar os atuais titulares e evitar mudanças. Conforme fontes próximas do ex-gestor, a conversa, se não aconteceu ontem, deve ser hoje, e o argumento da gratidão e que “tudo” que a atual mandatária do município se tornou se deve a Trad, será o mantra da “conversa”.
Diante disso, Adriane terá que tomar a decisão mais importante do seu mandato: a de tomar as rédeas da cidade e ter vida própria ou seguir como uma ‘marionete’ de um projeto político que o eleitor acabou de expurgar das urnas.