O Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) investiga, junto às policias Civil e Federal, uma página nas redes sociais acusada de racismo contra nordestinos após o 1º turno das eleições.
A postagem, de cunho racista, foi feita por uma página que se diz ser de “humor”, em Dourados (MS). No post, foi escrito: “O Nordeste merece voltar a carregar água em balde mesmo. Aí depois vem esse bando de ‘cabeça redonda de bagre’ procurar emprego nas cidades grande”.
Após a primeira postagem, outros internautas comentaram de forma ofensiva. “EEE Nordeste, você ainda vai comer muita farinha com água para não morrer de fome”, escreveu um seguidor da página no post.
Denúncia e investigações
Segundo o promotor João Linhares, que fez a denúncia, os ataques começaram após iniciar a apuração das urnas no Nordeste, quando o candidato Lula (PT) abriu vantagem na disputa contra Bolsonaro (PL).
“Chegaram até mim muitas informações de racismo sendo cometidas contra nordestinos, especialmente nas redes sociais. Portanto, registrei a prova desses fatos e encaminhei à Polícia Federal e também à Polícia Civil para eventual responsabilização dos autores. O racismo é intolerável, um ato abominável e desprezível”, afirmou Linhares.
O caso segue em investigação pela Polícia Federal. Até o momento nenhum responsável pelo ataque foi detido.
“O crime de racismo é imprescritível, inafiançável e quem o proclama está sujeito a uma pena de 2 a 5 anos de reclusão, conforme o crime previsto em lei. Nós somos todos brasileiros, temos que estar irmanados em busca do desenvolvimento, da inclusão social, com tolerância, com democracia, com paz e com respeito recíproco. O Ministério Público está atento ao cometimento desses delitos e os reprimirá sempre que constatar sua existência”, finalizou o promotor.
Página excluída
Depois da denúncia de Linhares, a página de “humor” foi excluída pela própria rede social.