Gabriel Scherer da Costa, de 22 anos, passou por audiência de custódia na manhã desta terça-feira (4) e foi liberado
O eleitor Gabriel Scherer da Costa, de 22 anos, passou por uma audiência de custódia na manhã desta terça-feira (4), em Campo Grande, e responderá em liberdade por colar as teclas de uma urna eletrônica com cola instantânea e de alta resistência durante a votação, no último domingo (2). A Justiça acatou pedido da defesa, mas orientou que o estudante passe por tratamento psicológico.
Ao conceder liberdade ao jovem, o juiz eleitoral Luiz Felipe Medeiros levou em consideração o fato de Gabriel não ter antecedentes criminais, ter boa conduta, residência fixa, um trabalho e também estudar.
“Embora tenha sido contra a administração pública, em processo eleitoral, não foi um crime violento, ninguém se machucou. Ele preenche todos os requisitos da lei para responder ao processo em liberdade”, destacou Luiz Felipe Medeiros.
Durante audiência de custódia ficou determinando que além de ter que procurar atendimento em um dos Centros de Atenção Psicossocial (Caps) de Campo Grande, Gabriel também deverá manter atualizado seu endereço e comparecer perante à Justiça sempre que convocado.
Para o advogado de defesa, a decisão do juiz foi positiva. “Gabriel é um jovem estudante que, talvez, naquele momento, não tinha consciência do que estava fazendo, pela situação política do país. Foi questão de protesto, e ele passou por uma situação grave de trauma, em função da morte do pai”, justificou o advogado Joaquim Soares.
O computador e o celular de Gabriel, itens apreendidos no momento da prisão, ainda passam por perícia e só devem ser devolvidos após o procedimento. A urna danificada também está sob o poder da Polícia Federal, que analisa o equipamento e é responsável pelo inquérito.
Com a determinação da Justiça, Gabriel irá responder em liberdade pelo crime previsto no artigo 72 da Lei 9507/77, que trata de causar propositadamente dano ao equipamento de votação, com pena prevista de 5 a 10 anos de prisão.
Gabriel foi preso por colar as teclas de uma urna eletrônica com cola instantânea e de alta resistência, em uma seção eleitoral da faculdade Estácio de Sá, em Campo Grande, no domingo (2).
O jovem conseguiu sair do local de votação antes de ser descoberto, mas foi preso pela Polícia Federal pouco tempo depois na própria casa. À polícia o jovem confessou o crime e afirmou ter feito a ação em protesto contra a polarização das eleições em 2022.