Delegado classificou como ‘trágica’ situação em que a carne era armazenada
Mais de 4,8 toneladas de carne imprópria para consumo foram apreendidas nesta sexta-feira (23), em uma empresa de fabricação de linguiça e embutidos em Campo Grande, que era fornecedora de escolas da Capital e do interior.
A apreensão ocorreu após uma denúncia e feita por uma força-tarefa formada por policiais da Delegacia do Consumidor (Decon), Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro) e Vigilância Sanitária de Campo Grande.
No local, além da carne foram apreendidas ainda 570 dúzias de ovos sem origem.
Segundo a força-tarefa, a empresa recebia a carne congelada, descongelava e depois volta a congelar o produto. Além disso, processavam restos de vários pedaços de carne e comercializavam como se fosse produto vindo de uma única peça.
Os técnicos da Iagro e Vigilância Sanitária apontaram que a carne encontrada no local, não reúne sequer condições para a produção de ração.
Segundo o delegado Reginaldo Salomão, a situação em que os alimentos eram armazenados foi classificada como ‘trágica’.
A empresa foi lacrada pela polícia. O dono da Embutidos Tradição Eireli, no bairro Atlântico Sul, quando viu a chegada da polícia fugiu.
O delegado disse que foram encontrados pacotes de carne descongelando no chão e algumas com larvas e ovos, todas podres, sem condição de consumo. No galpão não havia telas de proteção para evitar a entrada de bichos e muitas moscas estavam no ambiente. Vizinhos afirmam que o mau cheiro na região era frequente.
O sal que era usado para fazer charque estava armazenado no banheiro junto de produtos de limpeza. O delegado afirma que o dono da empresa falsificava SIFs (Selos de Inspeção Federal), usando os registros de outras duas empresas.