Candidata a presidente recebeu valor menor do partido dela do que concorrentes com menos recursos
“Eu cancelei alguns eventos meus e ela também alguns eventos dela. De fato, a campanha está tendo alguns problemas internos, mas eu acho que vão ser resolvidos. O que acontece é que a campanha foi paralisada, dela e minha”, declarou.
Cintra, que já foi secretário da Receita Federal, afirmou que ele e Soraya não desistiram da candidatura.
A senadora Soraya Thronicke foi anunciada, nesta terça-feira (2/8), como pré-candidata do União Brasil à Presidência da República. A candidatura da parlamentar ainda precisa ser aprovada em convenção nacional da legenda, marcada para ocorrer nesta sexta (5/8) – data limite definida pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para definição das candidaturas.
O anúncio ocorreu em evento realizado pelo partido em São Paulo e que contou com a presença de Luciano Bivar (PE). O presidente nacional do União Brasil era, até então, o candidato da sigla ao Palácio do Planalto. No entanto, o deputado abdicou da disputa em prol da reeleição para uma cadeira na Câmara dos Deputados.
“Ela paralisou a campanha dela, mas não houve renúncia de ninguém “, explicou. “Me parece que está tendo alguns problemas, tanto que eu tive de cancelar um evento no Rio de Janeiro por (não ter) condições de ir, hospedagem, de deslocamento. Está havendo problema de financiamento de algumas atividades”, disse.
Soraya Thronicke é senadora em primeiro mandato pelo Mato Grosso do Sul. Ela foi escolhida pelo União Brasil como candidata a presidente de última hora após o deputado Luciano Bivar, presidente da legenda, desistir de disputar o cargo.
De acordo com a prestação de contas dela ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a candidata recebeu R$ 22 milhões de recursos do União Brasil. Ela tem menos dinheiro do fundo do que candidatos de partidos menores. Simone Tebet recebeu R$ 30 milhões do MDB, que tem R$ 360,3 milhões de fundo eleitoral, e Ciro Gomes recebeu R$ 33,3 milhões do PDT, que recebeu R$ 253,4 milhões.
Além de receber menos do que concorrentes em partidos menores, a campanha de Soraya repassou R$ 3,2 milhões do dinheiro que recebeu do fundo ao diretório pernambucano da legenda, Estado do presidente do União Brasil.
Embora o partido tenha uma candidatura própria a presidente, a maioria dos candidatos a governador pela legenda ignora a campanha de Soraya. ACM Neto, candidato a governador da Bahia, e Ronaldo Caiado, que tenta a reeleição em Goiás, evitam se posicionar sobre a disputa presidencial. Em Estados como Rio de Janeiro, Amazonas, Distrito Federal e Mato Grosso, o partido apoia o presidente Jair Bolsonaro (PL). Também há uma ala minoritária, representada pelo ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles, que está com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).