A dificuldade em intimar o ex-prefeito para depor tem forçado a delegada Maíra Pacheco Machado, titular da Deam e responsável pela investigação, a pedir o adiamento do inquérito. A previsão é de que a investigação seja encerrada após o depoimento de Marquinhos Trad
O ex-prefeito e candidato a governo do Estado pelo PSD, Marquinhos Trad, foi intimado na tarde de ontem (19) a prestar depoimento na Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), na quarta-feira (21), às 14 horas.
Marquinhos é investigado desde julho pela prática de crimes como assédio sexual, tentativa de estupro e favorecimento à prostituição, supostamente cometidos no período em que ele era prefeito de Campo Grande.
A intimação foi recebida pelas advogadas dele, Andreia Flores e Rejane Alves de Arruda. Marquinhos Trad foi intimado na segunda tentativa dos agentes policiais da Deam.
Cabe relembrar que o ex-prefeito já admitiu ao site nacional Metrópoles que manteve relações extraconjugais, de forma consensual, com, pelo menos, duas das denunciantes. Reforçou também que os encontros ocorreram fora da prefeitura.
Com a repercussão nacional do caso, o portal Metrópoles trouxe outra matéria com trechos de uma conversa de WhastApp entre uma das denunciantes e o ex-prefeito, datados dos dias 11 e 12 de maio de 2020 e que inclusive faz parte da investigação da Polícia Civil. Segundo as mensagens, eles teriam se encontrado na prefeitura, na manhã do dia 12, a mulher comunicou a Marquinhos Trad que estava a caminho da prefeitura e perguntou se o encontro seria no 2º andar.
A vítima teria reforçado, em depoimento à polícia, que manteve relação sexual consentida em um banheiro do gabinete do então prefeito. Após o fim da relação extraconjugal, quando ela já estava casada com outro homem, Trad tentou beijá-la à força, em episódio que teria ocorrido em junho deste ano. Essa informação também foi divulgada pelo Metrópoles.
Diante do surgimento de novos relatos, a Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) realizou, no dia 9 de agosto, diligências no prédio da Prefeitura Municipal de Campo Grande. No local foi feito o reconhecimento dos possíveis espaços onde os crimes de assédio teriam sido cometidos, além do cumprimento de um mandado de busca e apreensão de dois computadores da recepção do gabinete no Paço Municipal para perícia.
Uma das estratégias da defesa do ex-prefeito para os próximos dias é a de ingressar com um habeas corpus preventivo, para que ele não seja conduzido coercitivamente.
A dificuldade em intimar o ex-prefeito para depor tem forçado a delegada Maíra Pacheco Machado, titular da Deam e responsável pela investigação, a pedir o adiamento do inquérito. Ontem, ela pediu dilação de prazo dos trabalhos, que no mês passado já foram prorrogados por 30 dias.
O inquérito aberto para investigar casos de assédio sexual (oferta de emprego em troca de sexo) e tentativa de estupro na Prefeitura de Campo Grande, que tem o ex-prefeito Marquinhos Trad (PSD) como alvo das investigações, foi aberto em 5 de julho deste ano, há 77 dias. A previsão é de que a investigação seja encerrada após o depoimento do ex-prefeito.