Campo Grande comemora 123 anos num verdadeiro marasmo e, o que é pior, não existem perspectivas de investimentos e melhorias. Nunca a cidade passou um aniversário tão triste, sem receber presentes e com tantas promessas não cumpridas por esta gestão, no mínimo, incapaz e desastrosa e que vem acumulando escândalos dos mais diversos, inclusive de crimes sexuais.
Claro que nenhum aniversário seria comparável com a abertura dos festejos do Centenário, em 26 de agosto de 1999, quando foram inauguradas diversas obras e a nossa Capital crescia com novas avenidas, praças, reestruturação do autódromo e muito mais. Campo Grande estava nas alturas…
Hoje vivenciamos uma triste realidade. O município completa 123 anos de história na próxima sexta-feira e teve muitas lutas, batalhas, vitórias e muitas crises que se arrastam pelos últimos anos, por desgovernos, sem muitos motivos para comemorar. Felizmente, temos um povo acolhedor e ativo, que enxerga e acredita em dias melhores. Contudo, o momento é cruel.
Ruas esburacadas, escândalos na Saúde, visitas da Polícia Civil no Paço Municipal, ameaças de greves e paralisações de servidores, denúncias de folhas inchadas de pagamento na Prefeitura, bairros e comunidades abandonados, escolas sucateadas e a velha guerra pelo poder a qualquer custo estão tirando a alegria e a motivação de nós, campo-grandenses, que no dia do nosso aniversário, infelizmente, não temos quase nada para comemorar. Nossa Capital Morena está largada, abandonada e falta muito pouco para que o caos se instale definitivamente.
Entrou Marcos Trad, prometendo o céu e a terra, renunciou, passando para Adriane Lopes uma prefeitura inadministrável, uma desconhecida da população e dos meios políticos e que, até agora, não mostrou para que veio.
A cidade, que já enfrentava uma drástica crise econômica, ficou ainda mais fragilizada com a pandemia, que obrigou o fechamento do comércio, gerando a falência de vários empresários e o aumento considerável do desemprego. As obras no Centro da Capital, que são intermináveis e muitas delas questionáveis, contribuem ainda mais para a crise do comércio.
Além disso, o limite prudencial de gastos com salários, que segundo a LRF tem de comprometer no máximo 51,6% da receita da prefeitura, hoje já compromete 59,2%. Até o final deste ano a prefeita Adriane Lopes tem de tapar esse rombo, sob pena de responder por improbidade administrativa.
Mesmo assim, a folha salarial da prefeitura da Capital de maio deste ano mostra que os contribuintes bancam cerca de 10 mil servidores não concursados e beneficiários do Programa de Inclusão Social (Proinc). O custo mensal desse desarranjo é de quase R$ 30 milhões. Um programa bom no papel, mas que na prática vai se mostrando um depositório de apaniguados que nada fazem além de consumir o nosso dinheiro.
O orçamento de R$ 4,789 bilhões para este ano mostra que Campo Grande continua sendo uma cidade milionária, com a maior arrecadação do Estado e com seus recursos claramente mal utilizados. Campo Grande sofre com más gestões desde 2013. É quase uma década mergulhada em problemas fiscais e econômicos. Nesse período, não foi tomada uma medida sequer para manter o equilíbrio entre receitas e despesas.
Prova disso é o mau resultado das contas públicas da Capital, que apareceram mais uma vez em prévia fiscal do Tesouro Nacional, que coloca a cidade com o pior desempenho entre os 79 municípios sul-mato-grossenses.
Com tanta coisa ruim que vem acontecendo com Campo Grande, sem dignidade para nós moradores, a violência aumentando, me pergunto: Para onde vai o dinheiro dessa cidade? Onde está? Não temos obras, não temos educação, não temos saúde, não temos assistência social, não temos o básico, não temos nada. Onde está esse dinheiro? É fácil afirmar que as últimas obras de peso lançadas e inauguradas na cidade foram com recursos do Governo do Estado, que sempre socorreu a Capital.
Com tantos problemas, percalços, crises e intempéries, ainda assim, o hino de Campo Grande se faz verdade nesta cidade que sobrevive ao caos, resiste a tudo e se mantém de pé, pois tem no seu povo, trabalhador e guerreiro, a mola propulsora capaz de recomeçar quantas vezes se fizer necessário. Que o retrocesso de hoje sirva de alerta para as próximas eleições. Um prefeito tem que ter 3 atributos básicos: ser empreendedor; ter capacidade de gestão; e, principalmente, responsabilidade com a coisa pública.
Tenho dito!