Depois que a famosa “caixa preta” do Proinc ganhou manchetes na mídia, a prefeita Adriane Lopes, por espontânea e livre pressão, divulgou uma lista que não convence como também não agrada a todos, após fazer um limpeza no programa desde que o incansável e atuante vereador André Luís Soares, o Professor André, conseguiu por via judicial obter a lista dos beneficiários. Mesmo assim, os nomes divulgados mostram um verdadeiro caso de apadrinhamento político e uma irresponsabilidade sem precedentes, onde se usou de um programa tão importante para fazer dele um reduto das subcelebridades do Mato Grosso do Sul.
O Proinc virou hoje um verdadeiro cabide de empregos. Alguém poderia alegar que em época de eleição é assim mesmo… Adversários políticos sempre criam, inventam coisas para desgastar quem está no poder. Mas não é o caso do que vem ocorrendo atualmente em torno de histórias nebulosas e denúncias que se arrastam há, aproximadamente, 8 anos.
O Proinc foi criado em 2010, pelo então prefeito Nelsinho Trad, na esteira de iniciativas que se tornaram moda naquele período. Todos queriam dar oportunidade para parcela excluída da sociedade. A ideia foi a de garantir um salário mínimo, cursos técnicos, cesta básica, passe de ônibus e outros benefícios para quem não tinha como se inserir no mercado de trabalho.
Contudo, após nova investigação, até integrante do grupo Tradição está na lista, gaiteiro do grupo que é famoso no estado e no Brasil por ter tido Michel Teló em sua formação. Na lista tem ainda psicólogos com consultórios, influencers de lifestyle, militares da reserva e até condenados por tráfico.
O programa, vinculado à Fundação Social do Trabalho (FUNSAT), sob o comando de Luciano Martins, tem sido objeto de debate público em função de inúmeras denúncias de irregularidades, inclusive estando no centro das denúncias de assédio sexual, estupro e aliciamento de vulneráveis da gestão do ex-prefeito Marquinhos Trad. Como disse o vereador Marcos Tabosa, “o ex-prefeito transformou o programa em um bacanal, para atender os seus desejos sexuais”.
Esta desastrosa gestão conseguiu a proeza de descaracterizar um programa de suma importância para atender os mais necessitados. A imagem do Proinc se tornou péssima. Há denúncias de exploração sexual por parte de participantes do programa, cujos relatos diziam haver “moças” servindo a cúpula do poder na prefeitura, além do fato de que a grande maioria dos “trabalhadores” ali alocados estava nas ruas fazendo o trabalho de cabos eleitorais para o ex-prefeito.
E a prefeita Adriane Lopes, mesmo fazendo vistas grossas, deixou escapar alguns nomes que não se enquadrariam no programa. Imaginem só a relação integral dos beneficiários. Vereadores suspeitam que chegou a ter até 8 mil pessoas. Mas o número exato saberemos quando a Justiça mandar o Executivo divulgar a lista do mês de Novembro de 2021.
Na Câmara de Vereadores da Capital falta uma assinatura para criação da CPI do Proinc. Que nossos legisladores municipais tenham consciência que a leniência de hoje poderá custar um alto preço no futuro. E ninguém quer entrar para a história fazendo parte ou protegendo um projeto político que a cada dia que passa se vê diante de novas denúncias de assédio sexual, importunação sexual, favorecimento a prostituição, estupro e tentativa de estupro.
De uma vez por todas, esperamos que desta feita se coloque um ponto final nessa vergonhosa farra de conceder benefícios a quem não merece, economizando o meu, o seu, o nosso suado dinheiro, que está indo para o ralo nesta “gestão”.
Tenho dito!