Para melhorar as condições de ensino e aprendizado, o Governo de Mato Grosso do Sul fez, nos últimos 7 anos e meio, intervenções como reformas, ampliações, obras de acessibilidade e adequações nas redes hidráulica e elétrica em 92% das 348 escolas estaduais.
Em 41 unidades da Rede Estadual de Ensino, foram reformas gerais. Foi o que aconteceu na Escola Estadual Maria de Lourdes Toledo Areias, em Campo Grande, que foi totalmente transformada. As paredes pichadas, os sanitários sem portas, a rede elétrica antiga, a falta de drenagem e de acessibilidade e os ventiladores antigos ficaram no passado.
Daquela época, ficaram apenas as fotos, colocadas em um cartaz (mostrando o antes e o depois da reforma) para lembrar aos alunos a importância de manter o ambiente limpo, arrumado e conservado.
O cenário agora é outro. A E.E. Maria de Lourdes Areias, com 1.284 alunos, ganhou piso tátil, rampas, aparelhos de ar-condicionado nas 15 salas de aula, nova rede elétrica e a quadra recebeu cobertura e pintura. O prédio inaugurado em 1986 nunca tinha passado por uma reforma, apenas por ampliações e pequenos reparos. Mas em abril de 2019 tudo mudou, com a entrega da unidade revitalizada.
Para o governador Reinaldo Azambuja, o investimento em estrutura física contribui para a melhoria do ensino. “Das 347 escolas estaduais, 323 passaram por algum tipo de reforma, readequação das redes hidráulica e elétrica, pintura e acessibilidade, reestruturação ou ampliação. São centenas de reformas gerais e parciais, além dos investimentos em equipamentos, laboratórios móveis e computadores e formação dos nossos professores. O objetivo do Governo é fortalecer as escolas públicas, não apenas para melhorar o ambiente para os educadores e alunos, mas também para aperfeiçoar o aprendizado dos alunos”, disse.
Prestes a se aposentar após dedicar 30 anos de sua vida à E.E. Maria de Lourdes Areias, a coordenadora Lisete Vasques da Silva Santos, de 61 anos, acompanhou toda a transformação. Ela trabalha na escola desde 1987, tendo apenas se ausentado durante um período de cinco anos.
“A cozinha tinha bastante vazamento de água. O piso era ruim. A quadra não tinha cobertura. E o sonho era passar a secretaria para a parte de frente da escola, para dar mais segurança e evitar que outras pessoas entrassem na escola. As paredes estavam bastante pichadas, era feia mesmo. No pedagógico sempre tinha bom resultado, mas a escola não era bem vista por causa da estrutura”, contou.
Agora, segundo ela, “o ambiente é outro”. “É uma satisfação trabalhar em um ambiente limpo, com aprendizado e também com a parte humana que aqui tem. Eu amo demais essa escola!”, declarou.
O clima mudou também entre os estudantes. Aluno do 2º ano, Leonardo Morales, de 17 anos, disse que a incidência de brigas diminuiu com a transformação do ambiente. “A escola era horrível. Não tinha quase nada. O banheiro estava todo pichado, a pintura estava velha, o lixo era uma lata de tinta e tinha muita briga. Tinha aluno que só vinha para pichar os banheiros. Agora dá mais vontade de vir para a escola. Está bem melhor”.
A diretora Adriana Bellei conta que, antes da reforma, não era possível nem mesmo colocar ar-condicionado nas salas de aula, já que a rede de energia era antiquada. “Era caótico. A estrutura era boa, mas a escola estava depredada, paredes pichadas, infiltrações, rede elétrica antiga, colocávamos aparelhos na tomada e queimavam. Além disso, não havia drenagem, quando chovia alagava”, disse.
De acordo com a inspetora Lúcia Marques de Mattos, hoje até os alunos ajudam a cuidar para que os colegas não depredem o espaço. “Eu trabalho aqui há 20 anos. Antes era muito feio aqui, não tinha esse piso, só o contrapiso. Hoje é uma nova escola e eu cuido para continuar assim, bem cuidada. E agora até mesmo os alunos não deixam pichar ou estragar a escola”, contou.
Aluna do 3º ano, Fernanda dos Santos Soler, de 17 anos, estuda na E.E. Maria de Lourdes Toledo Areias há 11 anos. Ela é mais uma que não poupa elogios aos investimentos na unidade de ensino. “Dava muita tristeza vir à escola. A diretora lutou bastante e hoje tem ar-condicionado, a biblioteca tem vários livros. É uma estrutura muito boa para uma escola pública. Essa quadra não era coberta, não tinha nem marcação no chão. Agora, mudou”.
Lúcia Martins Coelho
Em todo o Estado, 323 escolas receberam algum tipo de intervenção. Também em Campo Grande, a Escola Estadual Lúcia Martins Coelho ganhou uma reforma de R$ 6,5 milhões: a maior no prédio do início da década de 70.
Todos os espaços físicos receberam investimento. O prédio ganhou elevador, rampas e demais dispositivos de acessibilidade, adequação da edificação às normas vigentes de proteção contra incêndio e pânico e proteção contra descargas atmosféricas.
A cobertura foi substituída, assim como revestimentos de pisos, os banheiros e a cozinha foram totalmente reformados, as calçadas sofreram adequações e a escola ganhou pintura nova. A entrega desses investimentos foi realizada no ano passado.
Funcionária mais antiga da escola, Rosa Marques Silva nunca tinha visto uma reforma tão ampla e significativa. “Eu amo essa escola. Já fiz de tudo aqui. Fui da limpeza, merendeira, professora sem ser professora, e hoje sou inspetora e nesses 25 anos nunca vi uma reforma como essa. Agora tem elevador, acesso para cadeirante, a cozinha, era pequenininha, hoje está linda. Eu sofria com aquela cozinha. Ficou mais aconchegante para a gente e para os alunos. O conjunto ficou ótimo”, contou Rosa, na ocasião.
“É uma alegria ter feito toda a reconstrução, ampliação e revitalização do Lúcia Martins Coelho que é, talvez, uma das escolas mais antigas de Mato Grosso do Sul, com 51 anos, lançada em 1970 e inaugurada em 1971, e principalmente pela história da Dona Lúcia (que dá nome à escola), uma pessoa que foi alfabetizada pelo esposo, construiu uma escola na sua propriedade, porque ela era apaixonada pela educação e pelo que significa a Escola de Autoria, de tempo integral, com laboratório, robótica, aprendizado. Isso fortalece a escola na volta dos alunos e faz parte de um programa que vai praticamente reformar e reconstruir todas as escolas públicas estaduais de Mato Grosso do Sul”, disse Reinaldo Azambuja.
A reforma da Escola Estadual Lúcia Martins Coelho teve o cuidado de preservar a fachada. É que a unidade de ensino foi declarada no Plano Diretor como Zona Especial de Interesse Cultural. Projetada por quatro arquitetos de São Paulo (Raymundo de Paschoal, Haron Cohen, Antonio Foz e Laonte Klawa) em 1969, ela faz parte de uma corrente da arquitetura modernista conhecida como Escola Paulista ou Brutalismo, com concreto aparente e grandes vãos, muito comum em Campo Grande na década de 70. A reforma, que manteve as características do prédio, ajuda a preservar a estrutura da escola e a história de Campo Grande.
Interior
No interior também são dezenas de prédios já entregues, totalmente reformados, como a Escola Estadual Manoel Ferreira de Lima, em Maracaju, que também foi ampliada e agora conta com elevador panorâmico e painéis fotovoltaicos para produzir energia solar para toda a escola e para outras unidades de ensino da cidade.
Outras obras foram iniciadas e continuam a pleno vapor. É o caso da reforma geral da Escola Estadual Luiz da Costa Falcão, de Bonito, que foi autorizada pelo governador Reinaldo Azambuja em março deste ano.