A delegada da Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), Maíra Pacheco, disse que o inquérito policial sobre suposto assédio sexual envolvendo o nome do ex-prefeito de Campo Grande e pré-candidato ao Governo, Marquinhos Trad (PSD), deve ficar pronto em 30 dias.
O anúncio foi feito em coletiva na manhã desta terça-feira, na DGPC (Delegacia Geral de Polícia Civil), na Capital.
Ele é acusado de suposto assédio contra mulheres durante o período que passou à frente do município.
Além disso, relato feito pelo próprio ex-prefeito, afirmando que pessoas foram pagas para registrar denúncia contra ele também serão apuradas pela polícia. Caso isso seja provado, elas poderão responder por falso testemunho.
Durante questionamentos nesta manhã, a delegada relatou que mais mulheres realizaram denúncias contra Trad, porém, não citou a quantidade, conforme relatado pela imprensa da Capital. O processo ainda está em fase de oitivas.
As denúncias
As primeiras denúncias chegaram até a Polícia Civil de Mato Grosso do Sul através de mulheres que afirmaram ter sofrido assédio sexual por parte do então prefeito Marquinhos Trad (PSD).
Nos depoimentos delas, segundo noticiado pelo portal Metrópoles, relataram passar por dificuldades financeiras e foram atraídas ao gabinete do chefe do Executivo com a promessa de saírem de lá empregadas.
Porém, no local eram cortejadas pelo prefeito, “que fazia truques de mágica com baralho e, depois, manifestava o desejo por sexo”, relata trecho do material divulgado pelo portal.
Duas das denunciantes afirmam ter mantido relações sexuais consentidas dentro do gabinete durante algum tempo. A outra, alegou ter sido levada por Trad ao banheiro do gabinete e se recusou.
MODUS OPERANDI
Essa não é a primeira vez que o político, hoje pré-candidato a governador do Estado, responde por esse tipo de crime. Em 2018 ele foi investigado pelo Tribunal de Justiça.
Em nota, a Secretaria informou que “existem procedimentos policiais que tramitaram em 2018 na Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (DEPCA) e que à época foram remetidos ao Poder Judiciário, e procedimento [atualmente] em curso na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM), que assim que concluído será remetido ao Poder Judiciário e Ministério Público, uma vez que o ex-prefeito não detém foro privilegiado”.
A menção ao foro privilegiado diz respeito a denúncias feitas à DEPCA em 2018, já que as supostas vítimas eram menores de idade. Na condição de prefeito, Trad só poderia ser investigado pelo Tribunal de Justiça, o que de fato aconteceu, sendo que supostamente o procedimento teria sido arquivado. Não há informações sobre o processo em função do fato de o mesmo ter tramitado sob sigilo. Naquele ano não houve disputa eleitoral.
Na nota, a Sejusp informa ainda que “os procedimentos ou tramitaram ou tramitam sob sigilo em face da natureza dos fatos, motivo pelo qual não é possível dar detalhe sobre os casos. As investigações seguem o curso normal de qualquer apuração em que figurem como vítimas mulheres, crianças ou adolescentes”.