Em vídeo, secretário de Segurança Antônio Carlos Videira, afirma que é comum que vítimas de crimes sexuais criem coragem para denunciar o criminoso após dados sobre as primeiras investigações vir a público por meio da imprensa.
Mais duas vítimas do ex-prefeito Marquinhos Trad formalizaram queixa contra o político pela prática de crimes sexuais na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher – DEAM. Dessa forma, subiu para oito o número de mulheres que representaram contra o pré-candidato a governador pelo PSD, investigado em inquérito policial pelos crimes de tentativa de estupro e assédio sexual. Para o secretário de Justiça e Segurança Pública Antônio Carlos Videira, as denúncias são graves, conforme disse em entrevista à rádio CBN Campo Grande. Clique aqui e veja o vídeo.
As informações sobre o surgimento de duas novas vítimas foram confirmadas nesta sexta-feira pela Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública (Sejusp). De acordo com o titular da pasta, Antônio Carlos Videira, é comum que vítimas de crimes sexuais criem coragem para denunciar o criminoso após dados sobre as primeiras investigações vir a público por meio da imprensa.
Por conta disso, é bastante provável que o número de vítimas aumente nos próximos dias. Assim ocorreu em casos de repercussão nacional, como o do médium de Abadiânia (GO) João de Deus, do médico Roger Abdelmassih e do ex-presidente da Caixa, Pedro Guimarães, dentre outros.
Denúncias na Corregedoria
Inicialmente, as denúncias foram recebidas na Corregedoria de Polícia Civil, já que as vítimas alegaram receio de procurar a DEAM, cuja sede está instalada na Casa da Mulher Brasileira, em função do fato de que o atendimento psicossocial é prestado no local por servidores ocupantes de cargos de confiança da prefeitura de Campo Grande, até o dia 2 de abril sob o comando de Marquinhos Trad.
No entanto, a partir da instauração do inquérito, presidido pela delegada Maira Pacheco Machado, as investigações foram centralizadas na DEAM.
Conjunto de provas
Além das provas testemunhais, informações extraoficiais dão conta de que a polícia já conta com prints de diálogos supostamente travados entre Marquinhos Trad e algumas das vítimas, além de informações sobre a geolocalização dos aparelhos celulares dessas mulheres, já que algumas garantem terem mantido relações sexuais com o político no banheiro do gabinete hoje ocupado pela prefeita Adriane Lopes.
As denúncias contra Marquinhos Trad vieram a público por meio de matéria publicada no site Metrópoles pelo jornalista Guilherme Amado, que teve acesso aos boletins de ocorrência com as queixas prestadas por três mulheres que inicialmente denunciaram o político.
Na manhã desta sexta-feira, em entrevista à Rádio CBN Campo Grande, Antônio Carlos Videira, disse que Marquinhos Trad está sendo novamente investigado e que as novas denúncias são graves.
“Nós temos um procedimento policial anterior que envolveu uma vítima menor de idade. E este já foi concluído e remetido para o Judiciário. E, agora, surgiram denúncias graves, inicialmente de três vítimas. Elas foram ouvidas e foi instaurado inquérito policial que segue em segredo de Justiça. As vítimas pediram proteção. A partir das oitivas surgiram outras vítimas que também estão sendo ouvidas pela Delegacia de Atendimento à Mulher”, relatou Videira.
Em 2018, Trad foi investigado pelo Tribunal de Justiça por conta de procedimento que tramitou no âmbito da Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (DEPCA), também por crime sexual. O resultado das apurações é desconhecido, já que o processo ainda permanece sob segredo de justiça.
Político nega
À imprensa, Marquinhos Trad vem negando todas as acusações. “Uma tentativa covarde, rasteira. Estão desesperados porque estamos em primeiro nas pesquisas, mas não conseguirão mudar a vontade da população de dar um basta nesta gente que administra pensando nos próprios interesses e é capaz de tudo para conseguir o que quer. Já tentaram isso em 2020 e a própria polícia considerou uma armação”, disse.
“Sigo com ainda mais vontade de trabalhar por nossa gente, corrigir injustiças, combater desigualdade. Pena os inúmeros casos de corrupção que fazem parte deste e do governo passado não merecerem tanto destaque, ainda que tenham custado vidas e milhões de reais dos cofres públicos”, finalizou.
Canais para denúncias
A Secretaria de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul reforçou a informação de que mulheres vítimas de crimes sexuais terão as identidades preservadas e a proteção necessária para garantir a segurança delas e de familiares. Denúncias podem ser feitas por meio de vários canais de atendimento:
Atendimento à Mulher Disque 180
Disque Denúncia 181
Ouvidoria da Polícia Civil 0800-6470197 / (67) 3326-7642
Ouvidoria do Ministério Público Estadual 127 / 0800-647-1127
Defensoria Pública Estadual (67) 2020-1328