O presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, liberou o diretório estadual a formalizar aliança com qualquer outro partido. Na prática, o pré-candidato Eduardo Riedel tem carta branca independentemente do apoio tucano à presidenciável Simone Tebet (MDB-MS).
A decisão foi tomada na tarde de sexta-feira, em São Paulo (SP), em encontro de dirigentes locais do partido com chefes da executiva nacional.
No momento, Riedel está muito mais próximo de ter o apoio de Jair Bolsonaro (PL) em sua chapa.
Há a expectativa de que o presidente venha a Mato Grosso do Sul ainda neste mês para formalizar o acordo, que já foi acertado em pelo menos dois encontros entre ambos, mediados pela deputada federal, ex-ministra e pré-candidata a senadora Tereza Cristina (PP).
Tereza Cristina deve integrar a chapa de Riedel juntamente com seu partido, o PP, assim como o PL de Jair Bolsonaro.
Pela primeira vez desde a redemocratização, o PSDB não terá candidato próprio à Presidência (Mário Covas disputou em 1989; Fernando Henrique Cardoso em 1994 e em 1998; José Serra em 2002 e em 2010; Geraldo Alckmin em 2006 e em 2018; e Aécio Neves em 2014).
“O governador Reinaldo Azambuja e o nosso candidato Eduardo Riedel têm autonomia e nossa total confiança para conduzir todo o processo em Mato Grosso do Sul. Eu pessoalmente me dediquei à possibilidade de um entendimento local entre o MDB e o PSDB”, disse Bruno Araújo.
As realidades locais são mais poderosas do que alianças nacionais, e respeito isso. Sempre foi assim. O PSDB de MS está política e moralmente livre para tomar a decisão que melhor se adequar à sua realidade local”, finalizou.
Oponentes
Apesar da aliança nacional, PSDB e MDB devem se enfrentar na disputa pela administração estadual em Mato Grosso do Sul. Enquanto Riedel é o pré-candidato tucano à sucessão de Reinaldo Azambuja, o MDB tenta voltar ao Parque dos Poderes com o ex-governador André Puccinelli.
Contando com a ex-ministra Tereza Cristina como pré-candidata ao Senado, Riedel tem declarado apoio à reeleição de Bolsonaro. No entanto, já aconteceu de o partido ter mais de um candidato a presidente em Mato Grosso do Sul.
No primeiro turno, em 2018, o governador Reinaldo Azambuja reiteradamente disse apoiar dois presidenciáveis: Geraldo Alckmin, do mesmo partido, e Bolsonaro, na época no PSL.