Depois do isolamento decretado com a paralisação do trem de passageiros, em 1994, o distrito de Porto Esperança, distante apenas 80 km de Corumbá, terá um novo recomeço com a chegada da estrada em construção pelo Governo do Estado. O lugar esquecido, situado às margens do Rio Paraguai, foi beneficiado recentemente com a Estação de Tratamento de Água (ETE), implantada pela Sanesul, e agora terá acesso permanente por terra.
Enquanto a obra avança, os moradores contam os dias de transitar de carro até a rodovia federal e chegar à cidade sem problemas de atoleiros e interdição da pista – dificuldades enfrentadas numa estrada aberta pela comunidade próxima ao rio e constantemente interrompida devido às chuvas e cheia. Os investimentos do Estado levaram esperança a uma região pobre, mas com grande potencial para o turismo de pesca esportiva.
A implantação da estrada de revestimento primário (cascalhada com resíduos de minério de ferro, cedidos pela mineradora Vale), de 11,2 km, foi autorizada em agosto do ano passado pelo governador Reinaldo Azambuja, ao custo de R$ 20,7 milhões. O sonhado acesso foi projetado distante da margem do Rio Paraguai, levando em consideração as grandes inundações que ocorrem na região pantaneira, conhecida como Nabileque.
“Não consigo entender como uma comunidade de 100 anos não tinha acesso a serviços básicos, como essa estrada. Estamos promovendo o resgate de Porto Esperança e mais dignidade a seus moradores, que agora tem água de qualidade”, declarou o governador. “Sinto-me muito feliz por trazer essa estrada para chegar à 262, que está tão perto, mas ao mesmo tempo distante, e garantir um direito de todos, o ir e vir das pessoas”, completa.
Apesar das chuvas intensas, a obra segue em ritmo acelerado, com as máquinas abrindo o caminho em direção ao distrito, enquanto, simultaneamente, duas pontes de concreto estão em construção. A empresa Equipe Engenharia já concluiu a terraplenagem de 3,5 km da estrada, que terá aterro de até três metros, e se prepara para o lançamento do material (minério). Máquinas seguem abrindo a mata e limpando o terreno para receber a base.