A massoterapeuta Clarice Silvestre de Azevedo, 45 anos, foi condenada a 16 anos e 6 meses de prisão pelo assassinato e ocultação do cadáver do chargista Marcos Antônio Rosa Borges. O crime ocorreu em novembro de 2020. O Tribunal do Júri foi realizado nesta quinta-feira (2), em Campo Grande.
Além de Clarice, seu filho, João Victor Silvestre de Azevedo, de 22 anos, também foi condenado. Ele foi sentenciado a 1 ano e 6 meses anos de prisão por ter auxiliado a mãe a esquartejar o corpo de Marcos Borges e depois ocultar o cadáver.
O CASO
Marcos Borges foi visto pela última vez no dia 21 de novembro de 2020, no bairro Monte Castelo, em Campo Grande. Três dias depois do desaparecimento, Clarice Azevedo, se apresentou na delegacia de Polícia Civil São Gabriel do Oeste, a 137 quilômetros de distância da capital, confessou o crime e indicou onde estava o corpo, esquartejado, da vítima.
Na época, ela disse que matou o chargista porque ele se recusava a assumir publicamente o relacionamento amoroso com ela.
No julgamento ela mudou a versão. Reafirmou que os dois mantinham um relacionamento amoroso, mas também de prestação, já que ele recebia massagens em troca de artes.
A mulher disse ainda que sabia que Marco Antônio pretendia reatar o relacionamento com uma outra ex-namorada, mas negou que tivesse ciúme dele e que nunca cobrou que ele assumisse o namoro com ela. “Não cobrei isso nem do pai dos meus filhos, imagina de um namorado”, afirmou.
Ainda no depoimento, a mulher disse que os desentendimentos com o chargista começaram quando Marcos Borges passou a reclamar que seus amigos também faziam parte da clientela dela. Ela apontou, inclusive, que ele era controlador e escolhia quem seria atendido pela namorada.
No dia do crime, 21 de novembro de 2020, ela diz que a briga entre os dois teria começado por esse motivo. Em meio a discussão, Marcos Borgesteria dado dois tapas nela, que o empurrou então da escada. Enquanto ele estava caído no chão, ela afirmou ter sentido medo e então buscou uma faca na cozinha e o esfaqueou diversas vezes.
A massoterapeuta afirmou que quando se deu conta do que tinha feito, sentou do lado dele e viu seus últimos suspiros. “Eu senti medo. Muito medo”, declarou.
“Eu me arrependo de matar o Marco desde o último suspiro dele. Só eu sei a dor que carrego no meu peito”.
No júri, a família de Marco estava presente. Muito emocionado, o filho do chargista, Kelvis Antônio Borges, afirmou que hoje era a primeira vez que ele estava frente a frente com a assassina do pai. “Estou sem palavras”.
A denúncia do Ministério Público Estadual (MP-MS), com base na investigação da Polícia Civil aponta uma versão diferente para o crime.
Segundo a denúncia, Clarice matou a facadas o chargista e, em seguida, junto com o filho, João Victor, destruiu e ocultou o cadáver. O corpo de Marcos Borges foi esquartejado, colocado em sacos dentro de malas de viagem e transportado para um local distante da casa. Em seguida, mãe e filho atearam fogo nas malas.
Na denúncia, o MP-MS sustentou que o crime aconteceu porque Marcos Borges não queria assumir o relacionamento com Clarice e, ainda, estava se envolvendo com outra pessoa.