Segundo dados do Ministério da Saúde, de 30 de maio passado, a Cobertura da Atenção Primária à Saúde (APS) em Campo Grande era de 63,68%, índice que se mantém. Mas ex-prefeito Marquinhos Trad aumenta o índice por conta própria
A Câmara Municipal realizou no dia 30 de maio passado audiência pública para a apresentação do relatório detalhado da Saúde Pública de Campo Grande, referente aos meses de janeiro a abril deste ano.
Os dados foram apresentados pelo secretário municipal de Saúde, José Mauro Pinto de Castro Filho, encarregado ainda de esclarecer dúvidas dos vereadores e dos demais interessados que participaram do evento.
“Alguns números chamaram a atenção dos vereadores, principalmente os relacionados aos índices de cobertura da Atenção Primária à Saúde, que engloba as unidades básicas de saúde e as unidades básicas de saúde da família”, disse o jornalista Edir Viegas, ao destacar que “a situação de Campo Grande, em nível regional, não é nada boa”.
Segundo dados do Ministério da Saúde, de 30 de maio passado, a Cobertura da Atenção Primária à Saúde (APS) em Campo Grande era de 63,68%, índice que se mantém.
Analisando os índices de janeiro de 2017, que era de 57,95%, e comparando-os com os índices atuais, a diferença é de apenas 5,73 pontos percentuais.
“Muito pouco. Campo Grande praticamente não avançou entre 2017 e 2022, período que compreende o primeiro e o segundo mandato do ex-prefeito Marquinhos Trad”, avaliou.
Para efeito de comparação, enquanto que em Campo Grande o índice de cobertura da Atenção Básica atinge 63,68% da população, em Três Lagoas alcança 98,62%, em Dourados, 77,82%, Ponta Porã, 92,41% e em Corumbá beneficia 75,56% dos moradores.
Campo Grande está inclusive abaixo da média de Cuiabá, que tem 67,03% de sua população atendida, da média regional de 77,86% de Mato Grosso do Sul e da média nacional, que é de 69,84% de cobertura.
Se levar em conta os números que o ex-prefeito apresentou 332, 626 mil pessoas não tem acesso ao serviço básico de saúde. Marquinhos vem dizendo que fez o maior concurso da saúde da história, onde forma contratados mais de mil médicos. “Ora onde estão estes médicos, os postos estão lotados de pacientes todos os dias, o que parece é que faltam profissionais para atender a demanda”, calculou Edir.
“Alguma coisa está errada em Campo Grande, inclusive nos investimentos da saúde, está muito mal a situação”, conta. “Mas o secretário declarou que 85% tem cobertura, não é verdade segundo o Ministério da Saúde”, ressaltou.