Infelizmente, não há uma solução em curto prazo para acabar com a calamidade da saúde pública em Campo Grande, conforme reportagens publicadas na Folha de Campo Grande, que mostram a dificuldade que os postos de saúde têm de encaminhar os pacientes em estado grave para a rede hospitalar.
Infelizmente, o jeitinho brasileiro se manifestou da pior forma possível em um setor onde o que está em jogo é a vida do cidadão. Jeitinho, porque nos últimos 6 anos, praticamente não houve aumento de leitos hospitalares em Campo Grande. Em meio à realidade de hospitais lotados, toda a cobrança da população por excelência em atendimento é transferida para o local onde as emergências e urgências são de fato reconhecidas: nas unidades de pronto atendimento e nos centros regionais de saúde.
O caos que se instalou na Saúde pública de Campo Grande na administração Marquinhos Trad continua na gestão da prefeita Adriane Lopes. Falta de médicos e de medicamentos, filas intermináveis e horas de espera por atendimento são os principais componentes da via crucis dos campo-grandenses, que sem terem a quem recorrer, se valem das redes sociais para tornar pública a situação.
Apesar de comprovado por meio de registros em vídeo e depoimentos de dezenas de pessoas que aguardam atendimento médico, o caos não existe para o ex-prefeito Marquinhos Trad, que em seu mundo paralelo nas redes sociais vem postando uma série de “feitos” de sua gestão com o mote “Marquinhos cuidou da saúde de Campo Grande”.
Num dos posts ele garante que “mais de mil profissionais foram convocados no maior concurso público da história da cidade na área da Saúde”. Em outro post, Marquinhos Trad cita “convênios e mutirões para zerar filas e atendimentos” que teriam sido feitos em sua gestão. Na verdade, ele pouco fez nesse sentido.
Na mais recente edição do Mutirão da Saúde realizado pelo governo do Estado, ele sequer deu conta de formalizar os convênios com a rede hospitalar que presta serviços ao município. Por conta disso, cerca de 12 mil pessoas estão hoje na fila das cirurgias na Capital.
Ainda na sua gestão na área da Saúde, Marquinhos Trad fez a retenção indevida de dinheiro de hospitais, como foi o caso da unidade oncológica “Alfredo Abrão”, viabilizado por meio de emendas parlamentares, e deixou de pagar à Santa Casa de Campo Grande recursos do SUS que hoje somam mais de R$ 30 milhões. A dívida está sendo cobrada na Justiça.
A prefeita Adriane Lopes, que manteve no cargo o secretário de Saúde, José Mauro Filho, que notadamente não dá conta do recado, vai carregar mais essa bomba deixada por Marquinhos.
Conforme o tempo passar, Adriane descobrirá que terá que fazer remanejamento significativo de pessoas, de programas, de agenda, enfim, terá que decidir entre conchavos políticos assumidos com seu antecessor ou realizar uma gestão com planejamento eficaz e voltada para a população.
Se realmente a prefeita for uma mulher forte e determinada, conforme vem demonstrando com certeza não aceitará cabresto e nem se deixará ser induzida. E só assim veremos Campo Grande retomar seu crescimento, perdido nos últimos 6 anos.
Tenho Dito!