Ex-prefeito, que deixou as finanças da Capital destroçadas, promete em propaganda do PSD “fazer no Estado o que fez em Campo Grande”
Na propaganda partidária gratuita do PSD, exibida sexta-feira (6) no rádio e televisão em Mato Grosso do Sul, o ex-prefeito de Campo Grande Marquinhos Trad colocou em prática uma das suas principais características: a dissimulação.
A propaganda partidária, de acordo com Tribunal Superior Eleitoral, é um meio de divulgar os programas e a posição da agremiação em relação a temas políticos e ações da sociedade.
Trad, no entanto, preferiu atacar o Governo do Estado a quem pediu ajuda em janeiro deste ano para concluir obras na Capital. O pedido de socorro foi feito em 14 de janeiro. O valor solicitado: R$ 62 milhões.
Marquinhos não quis mostrar o rosto e mandou representantes para se reunir com o então secretário de Infraestrutura, Eduardo Riedel, pré-candidato ao Governo e virtual adversário de Trad nas eleições. O dinheiro pedido seria para concluir obras dos programas PAC Pavimentação e PAC Mobilidade.
Ajoelhado aos pés do governador
O então prefeito teria ainda se ajoelhado aos pés do governador Reinaldo Azambuja (PSDB) em uma conversa reservada. A cena constrangedora foi descrita pelo jornalista Dante Filho, ex-assessor de Trad na Prefeitura de Campo Grande. Desceu aos pés de Azambuja para dizer que ele, Trad, fora escolhido por Deus para governar o Estado.
No programa do PSD, disse que suas gestões transformaram Campo Grande e que essa “experiência de sucesso” seria levada para o Estado. Ocorre que, na prática, Trad usou seus cinco anos para torrar dinheiro em operações tapa-buracos e recapeamento de ruas. Deixou várias obras inacabadas, indicadores fiscais e econômicos estourados e caos na saúde.
De 2017 para cá, Marquinhos não conseguiu tirar as contas da prefeitura do vermelho. Em 2021, o município estourou os gastos com pessoal em mais de R$ 200 milhões. O limite constitucional é de 54% da receita corrente líquida, mas a gestão Trad fechou o ano gastando 59,16%. O site MS em Brasília revelou que Campo Grande é a capital que mais gasta com pessoal.
As despesas com funcionalismo acima do limite constitucional têm comprometido investimentos em outras áreas, como a saúde. As denúncias sobre a falta de médicos e de medicamentos nas unidades de saúde da Capital têm sido rotina de pacientes e profissionais da área (Veja Aqui).