Desde a zero hora desta quinta-feira, 28 de abril, a fronteira da Bolívia com Corumbá está fechada. O povo indígena Ayoreo bloqueou quatro pontos em cidades que ficam às margens da rodovia Bioceânica e de acordo com a Associação de Transporte Pesado de Arroyo Concepción, muitos caminhoneiros estão tendo que pagar “pedágio” para poder seguir viagem. O movimento indígena entrou no quarto dia hoje.
Segundo o Diário Corumbaense “os pontos de bloqueio ficam a 15 km, 58 km, 61 km e 100 km de distância da fronteira com Corumbá. Os indígenas estão impedindo que os caminhões com cargas trafeguem e ainda cobram ‘pedágio’ dos caminhoneiros com valores absurdos que variam entre 100 a 350 bolivianos, o que seria em torno de R$ 75 a R$ 260,00. Ontem à noite, eles saquearam um caminhão carregado com cerveja. Pedimos às autoridades que nos deem uma resposta diante desse problema, enquanto não houver, seguiremos com a fronteira fechada, pois não podemos ser prejudicados. Queremos trabalhar”, afirmou Angél Saavedra, dirigente da entidade que representa os caminhoneiros.
Ainda segundo ele, os prejuízos chegam a milhões de dólares, “pois todos os dias são em torno de 300 caminhões que entram e saem da Bolívia”, completou.
Sobre os pontos de bloqueios na Bioceânica, Angél disse que os manifestantes não aceitam decisão política. “Eles fizeram uma eleição e um representante foi eleito por eles, porém, o governo não reconhece e nomeou outro, o que causou revolta e, desde então, iniciaram os bloqueios na última segunda-feira”, frisou. Os manifestantes impedem a passagem de veículos com pneus, pedaços de pau e galhos de árvores, além de montes de terra.
Já na fronteira com Corumbá, o setor de Transporte de Cargas mantém a fronteira fechada na linha internacional que delimita o território entre os dois países e também no Posto Fronteirizo, que fica do lado boliviano. Apenas é permitida a passagem de pedestres.