Durante entrevista ao programa Tribuna Livre, da FM Capital, o prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad, tentou se passar de vítima, acusando alguns setores da imprensa e opositores de produzirem fake news contra ele, principalmente desde que anunciou que renunciaria ao cargo dia 2 de abril, para se candidatar ao Governo do Estado.
Claramente, só acreditam nessas desculpas os seus assessores e apaniguados, que, tal qual o chefe, são inaptos ou na melhor das hipóteses omissos. Esquece o alcaide, ao atribuir aos órgãos de imprensa toda sua inércia, que este é o papel dos profissionais de comunicação, cobrar dos gestores públicos resultados e, principalmente, aquelas promessas não cumpridas em época de campanha.
Aliás, são inúmeras as promessas não cumpridas do prefeito. Prova disso são os ares-condicionados nos coletivos; a cobertura nos pontos de ônibus; a rodoviária velha que seria transformada “em um novo cartão de visita”. E o que falar dos comerciantes, que pedem apenas diálogo quanto a obras e mudanças no trânsito que vão impactar diretamente seus negócios? Dezenas de lojas já faliram por conta disso e, segundo o presidente da CLD, Adelaido Vila: “estamos órfãos de prefeito”.
Prometeu também extinguir secretarias, mas ao invés disso mantem secretários desconhecidos do público, que pouco fazem e quando fazem, ainda sim mal feito. Como as obras que não resistem às chuvas, as reformas que não passam de maquiagem, como a feita na UBS da Maria Aparecida Pedrossian, que, para espanto de todos, descobriu-se que a caixa d’água era de amianto. Produto renegado para este uso há mais de 20 anos.
Não foram os opositores ou a imprensa que sentaram com os professores da Rede Municipal de Ensino. Foram o prefeito e o secretário de Finanças Pedro Pedrossian Neto, que prometeram reajuste e firmaram o acordo assinado e documentando. Se não cumpre nem o que assina, a pecha de criador de ilusão lhe cabe bem.
Vale lembrar ao prefeito que o trânsito de Campo Grande vem piorando a cada ano. Ele tem sua parcela de culpa. Na sua gestão nada foi feito para melhorar, fiscalização não existe, mortes e acidentes vão se acumulando. E a nossa prefeitura tem a expertise do ‘Tapa Buraco”, uma atividade no mínimo suspeita e de validade limitada, até a próxima chuva.
Agora o senhor Marcos Marcelo Trad tenta justificar o injustificável quando não olha com carinho para o renascimento de favelas ao redor da cidade. Contudo, manda derrubar barracos, como ocorrido na semana passada no Bairro Montevideo. Ao contrário das promessas de inclusão social, o que fez foi jogar as famílias ao relento.
Quero deixar registrado aqui que não temos nada contra a pessoa do prefeito, e sim com o gestor público, que veio para ser, não foi, não está sendo e não saberemos se será.
Tenho Dito!
GERALDO SILVA