Neste ano teremos eleição para governador de Mato Grosso do Sul. É tempo suficiente para construir, ajustar ou até desfazer projetos eleitorais. Os concorrentes, aos poucos, vão surgindo. Nem todas as candidaturas para 2022 possuem certeza, mas aparecem possíveis nomes para representar os partidos na cadeira mais importante do Parque dos Poderes. Os eleitores poderão votar para presidente e vice-presidente, além de representantes no Congresso Nacional, Assembleia Legislativa e Senado Federal.
É certo que Mato Grosso do Sul conta atualmente ao menos cinco políticos cotados como possíveis pré-candidatos ao cargo com chances reais de vitória. Diferentemente das eleições de 2018, quando somente 2 nomes se destacaram, a disputa deste ano promete ser acirrada.
Como chegamos aos nomes? Indicados por partidos, grupos políticos e por eles mesmos e através de pesquisas publicadas na mídia recentemente.
EDUARDO RIEDEL
Atual secretário de Governo e Gestão Estratégica do governador Reinaldo Azambuja. É empresário do agronegócio, presidiu o Sindicato Rural de Maracaju e a Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul). Riedel é a aposta do PSDB para as próximas eleições. A sigla, que elegeu 37 dos 79 prefeitos, vem forte para a disputa. Homem de total confiança do governador, Riedel ainda não foi testado nas urnas.
“Eduardo Riedel, secretário de infraestrutura, nosso pré-candidato a governador, não existe plano B”, disse Sérgio de Paula. O presidente do diretório estadual do partido afirmou ainda que o pré-candidato do PSDB está preparado para administrar o Estado e tem boa aceitação dentro do partido. Destacou também que o PSDB está conversando com os aliados em busca de apoio.
Riedel vem percorrendo os municípios e aposta no apoio do governador Reinaldo Azambuja, que vem articulando para fazer seu sucessor.
ANDRÉ PUCCINELLI
Ex-governador do Mato Grosso do Sul, já foi deputado estadual, deputado federal, secretário de saúde do estado e prefeito de Campo Grande por dois mandatos. Puccinelli foi considerado o melhor prefeito da Capital dos últimos tempos. Nome forte no MDB e na articulação política estadual, esteve fora da última disputa ao governo por problemas pontuais.
Já imunizado com a terceira dose contra o coronavírus, o político conta que espera a liberação do uso de máscaras e outras restrições para caminhar mais pelo Estado. “Só não seria pré-candidato se adoecesse ou morresse. Não sendo assim, sou pré-candidato. Simples assim”, conta.
ROSE MODESTO
Deputada federal mais votada em 2018. Hoje no PSDB, Professora Rose Modesto já foi vereadora na Capital, vice-governadora do estado, idealizadora do Projeto Tocando em Frente, foi candidata a prefeita em Campo Grande, onde obteve quase 170 mil votos. Para se viabilizar como candidata a governadora, bem articulada e sem medo de desafios, Rose deve buscar um novo partido para vencer nas urnas e governar Mato Grosso do Sul.
Rose disse que está analisando o convite do União Brasil (fusão PSL e DEM) para concorrer ao Governo. “Eu recebi o convite do União Brasil, sim. Do presidente deputado Bivar e da senadora Soraya. Me sinto honrada com o convite das lideranças do partido. E com certeza vou analisar essa possibilidade”, disse a parlamentar.
ZECA DO PT
Ex-deputado federal, ex-vereador e ex-governador do estado por dois mandatos, Zeca já foi deputado estadual e presidente do Sindicato dos Bancários de Campo Grande e Região, na época em que trabalhava no Banco do Brasil.
Afastado de funções políticas desde 2019, quando deixou a presidência estadual do partido e passou a cuidar de seu sítio em Dois Irmãos e de sua Pousada Pantaneira, na foz do rio Apa, em Porto Murtinho, o ex-governador Zeca do PT está animado com a ideia de disputar o Governo de Mato Grosso do Sul neste ano.
Com a volta de Lula ao cenário nacional após recuperar seus direitos políticos, o PT busca nomes competitivos nos estados para as eleições de 2022 para reforçar possíveis palanques do ex-presidente, e em MS o ex-governador é o mais forte nome do partido.
MARQUINHOS TRAD
O PSD de Mato Grosso do Sul aguarda a decisão do prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad, para definir se terá candidato ao governo do Estado nas Eleições 2022. Para entrar na disputa, ele terá que renunciar ao cargo até abril de 2022, prazo máximo para se descompatibilizar e entrar na corrida pela sucessão do Poder Executivo de Mato Grosso do Sul.
Reeleito em primeiro turno em 2020 com 52,58% a prefeito de Campo Grande. Em uma cidade dividida, 47,42% dos eleitores que foram as urnas na Capital, votaram contra a sua administração. Marquinhos já foi vereador e deputado estadual. Para disputar o governo teria que renunciar ao cargo de prefeito, convencer a família (Trad, Mandetta e Maksoud) e fazer uma base política no interior do estado, onde não é conhecido.
Nos bastidores, Marquinhos mostra estar em dúvida justamente pela questão da renúncia, para entrar de cabeça na pré-campanha. Segundo pessoas próximas ao prefeito, algumas questões podem pesar muito na eventual campanha para o Governo. A situação dos postos de saúde, alvo de reclamação de grande parte da população. Os constantes buracos em ruas estratégicas que fizeram o alcaide perder apoio de parte importante dos comerciantes, e ele ainda recebe críticas dos moradores dos bairros que desejam tratamento senão igual, pelo menos uma parte do que a prefeitura faz na área central. Sem contar as incontáveis dores de cabeça com o transporte coletivo, que desagradam a maior fatia do eleitorado campo-grandense.