Como se não bastasse o terceiro e novo surto da Covid-19, o Brasil já é atacado pela onda apavorante da influenza, a gripe que derruba e também mata. E isto tudo sem contar com outras enfermidades oportunistas e males de época, como a dengue. Diante deste cenário preocupante, e descontado o alarmismo, é necessário redobrar os cuidados.
A prevenção é e será por muito tempo a melhor solução de defesa dos organismos humanos contra doenças desse tipo. Se para prevenir contra a dengue o melhor a fazer é combater o mosquito transmissor, eliminando os seus focos de procriação, o mesmo se impõe nos casos do coronavírus e da gripe. Para ambos existem o recurso científico das vacinas e os cuidados comportamentais (higiene, limpeza e o menor contato possível entre as pessoas).
Contudo, o que agrava ainda mais a situação, infelizmente, é uma irresponsável e absurda questão comportamental do ser humano. Há muita gente que continua sem acreditar na vacina e na letalidade dos vírus que estão circulando nos diversos ambientes, fechados ou abertos. Fala-se em acelerar a retomada da economia e das rotinas anteriores à pandemia, como superlotar estádios de futebol e congestionar as ruas no carnaval.
E pior dos piores é a posição negacionista, obstinada e criminosa do governo federal, cujo chefe máximo, o presidente Jair Bolsonaro, mostra-se capaz das mais hediondas práticas. A mais recente vem confirmar aquilo que, pelo conjunto da “obra”, exibe o perfil dos genocidas: o desprezo pela vida humana, ao dificultar a imunização das crianças de 5 a 11 anos contra a Covid-19.
É dantesco, surreal e inaceitável esse gesto desumano de um chefe de Estado e de governo – para tornar mais pavoroso este ambiente entrevado, seu ministro da Saúde, um médico e ex-presidente do Conselho Federal de Medicina, concorre com a procrastinação do socorro à infância brasileira. Ambos, em destrutiva sintonia, inventam até a exigência de uma consulta pública para saber se aprovam a imunização, mesmo tendo em suas mãos o despacho técnico-científico da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que autoriza a vacinação das crianças e a recomendam como único meio garantido de blindar os organismos infantis.
É trágico. Jamais seria cômico. Se o presidente sorriu quando foi informado da morte de centenas de milhares de brasileiros pela Covid, ironizando com um “todo mundo vai morrer um dia”, é sinal que o Brasil, a nossa pátria amada e idolatrada, está gravemente enferma.
Pátria amada, salve-se, salve-se!