Véspera do ano eleitoral, 2021 vai terminar dentro de um desenho que dificilmente será apagado com facilidade no contexto natural das coisas: o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à frente de todas as pesquisas, até com sinalizações probabilísticas de liquidar a disputa presidencial já no primeiro turno. Em contrapartida, o seu principal concorrente, o presidente Jair Bolsonaro (PL), amarga nas intenções de voto um segundo lugar a cada dia mais distante do primeiro – e ainda com o ex-ministro e ex-juiz da Lava Jato, Sérgio Moro (Podemos), em terceiro.
Não há como contestar os resultados das amostragens divulgadas até aqui. Todas, unanimemente, apontam a expressiva inferioridade matemática do presidente diante do petista. Uma das pesquisas mais recentes, feita pela IstoÉ e divulgada na primeira semana deste mês, mostra que o ex-presidente Lula poderia ganhar no primeiro turno se as eleições presidenciais de 2022 fossem hoje. Este foi o primeiro levantamento divulgado pela empresa de pesquisa sobre o pleito do ano que vem.
O estudo aponta que Lula tem 50,6% dos votos válidos, superando seus três perseguidores mais imediatos: o atual presidente, que aparece com 28,7%; Sergio Moro, com 8,9%; e Ciro Gomes (PDT), com 6,3%. Não foram considerados os 15,6% de entrevistados que não souberam responder ou os que não votariam em nenhum dos candidatos.
Na sequência, aparecem o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), com 2,1%; a senadora Simone Tebet (MDB), com 1,4; o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (União Brasil), com 1,2%; o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), com 0,4%; Luiz D’Ávila (Novo), com 0,2%; e o senador Alessandro Vieira (Cidadania), com 0,1%. A pesquisa, realizada de 24 a 28 de novembro, entrevistou duas mil pessoas em 135 municípios brasileiros. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais, para mais ou para menos.
2º TURNO E REJEIÇÃO
Em caso de segundo turno, Lula venceria em todos os cenários. Contra Bolsonaro, o petista faria 55,1% ante 31,6% do atual presidente. Se o adversário fosse Moro, a distância seria ainda maior: Lula venceria por 53,3% a 25%. Diante de Doria, o cenário é ainda mais favorável ao ex-presidente: 55,5% a 14,1%.
A mesma pesquisa aponta que Bolsonaro registra uma rejeição de 59,25%. Sobre o desempenho de sua administração, 50,5% dos eleitores fizeram uma avaliação negativa de seu governo, enquanto 23,5% a consideram positiva e outros 24,2%, apenas regular. Só 8,2% classificam o governo como ótimo, enquanto 37,8% o consideram péssimo e 12,7%, ruim.
Na semana anterior a divulgação de três pesquisas agitou a corrida eleitoral. Os levantamentos feitos por Paraná Pesquisas, PoderData e Ipespe apontaram a consolidação de Lula na dianteira e a tendência de queda de Bolsonaro. A consulta revela que Moro e Ciro disputam a terceira colocação e os dois consideravelmente distantes de Lula e Bolsonaro na preferência do eleitorado.