Criação de contas bancárias de fachada, negócios jurídicos dissimulados, operações comerciais frias e contratos fraudulentos estão entre os crimes praticados na gestão do emedebista Maurílio Azambuja como prefeito de Maracaju entre 2013 e 2020. Foi o que já descobriu até agora a força-tarefa da Operação Dark Money, deflagrada quarta-feira (22) pela Polícia Civil de Mato Grosso do Sul. Calcula-se, de início, que o total de desvios seja de pelo menos R$ 23 milhões.
Maurílio, apontado como o líder do esquema, estava foragido até o fechamento desta matéria (sexta-feira, 24). Seu homem-forte, o ex-secretário de Finanças Lenilso Carvalho, foi preso em um hotel de luxo de Umuarama (PR). Outras cinco pessoas alvos da operação também foram localizadas e presas. Uma delas, o empresário João Alberto Pereira, 75, foi pego pelos policiais com armas e munições.
As investigações apuraram que uma empreiteira de João Alberto tinha com a gestão de Maurílio contratos milionários que vinham sendo pagos desde 2017. Apenas em um desses contratos, para pavimentação asfáltica, a prefeitura ajustou inicialmente o valor de R$ 941,7 mil – contudo, ao longo de quatro aditivos o bolo aumentou e os cofres públicos assumiram com o mesmo serviço um desembolso de R$ 3 milhões.
Além de Maurílio e Lenilso, a Operação Dark Money cumpriu ordens de prisão contra a ex-secretária de Administração, Daiana Cristina Kuhn; a ex-diretora do Departamento de Tesouraria; Pedro Emerson Amaral Pinto, dono da Tapeçaria Lobo; Fernando Martinelli Sartori, ex-assessor especial de Gabinete; e Moisés Freitas Victor. Todos tiveram seus bens bloqueados. As investigações continuam, porque há suspeita de outros crimes.