Mato Grosso do Sul tem a meta de se tornar Estado carbono neutro até 2030. Ou seja, pretende mitigar todas as emissões de gases causadores do efeito estufa, dentro do próprio território, para contribuir com a redução do aquecimento global. Dentro dessa agenda de sustentabilidade, o Governo do Estado lançou, na última quinta-feira (9), Edital público da Fundect (Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado) para selecionar projetos científicos que vão ajudar na neutralização dos gases que esquentam o planeta e causam a destruição do meio ambiente.
Ao todo, R$ 4 milhões de recursos próprios do Estado serão repassados para projetos de pesquisa e inovação nas áreas de Bioeconomia, Biotecnologia, Biodiversidade, Energias Renováveis e Produção Sustentável. Pesquisadores vinculados às Instituições Científicas e Tecnológicas (ICTs) e empresas que executam atividades de pesquisa em Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I) em Mato Grosso do Sul podem participar da seleção.
No lançamento do Edital, na Governadoria, o governador Reinaldo Azambuja contou que a iniciativa faz parte do planejamento estratégico de Mato Grosso do Sul, de se desenvolver com sustentabilidade. “Temos visto os efeitos causados pelo aquecimento global: secas extremas em algumas regiões, excesso de chuva em outras, e até frio em lugares atípicos. Isso desperta compromisso com a agenda da sustentabilidade. Mato Grosso do Sul está focado nisso. Negar o aquecimento global é negar a evolução da ciência e a importância que os países têm dado a essa agenda”, destacou.
META AMBICIOSA
Audacioso, nas palavras do secretário estadual Jaime Verruck, da Semagro (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar), o compromisso de Mato Grosso do Sul em tornar um Estado carbono neutro vem sendo trabalhado desde 2016. Várias iniciativas adotadas ao longo dos últimos anos na área da sustentabilidade estão em andamento, como os programas Prósolo, Taquari Vivo, Carne Orgânica do Pantanal, Plano Integração Lavoura-Pecuária-Floresta e Ilumina Pantanal.
Para ele, a proposta da Fundect vem somar nesse cenário. “O Governo de Mato Grosso do Sul tem uma lei estadual de mudanças climáticas e o programa ‘Estado carbono neutro’ está inserido dentro dessa pauta. E um dos principais pontos (dentro dessa lei) são as ações que temos que desenvolver e que já estão ocorrendo. O que a gente pretende agora com esse Edital, é exatamente avaliar essas ações. O objetivo agora é trazer a comunidade científica para fazer a avaliação de como está a situação atual do inventário de emissão de carbono no Mato Grosso do Sul”.
O secretário Eduardo Riedel (Infraestrutura) também falou sobre as novas linhas de pesquisa para o desenvolvimento do Estado. “Quando a gente trabalha economia de baixo carbono e estabelece uma meta ousada como essa, de neutralizar emissões até 2030, estamos falando de duas grandes vertentes. Primeiro: a real contribuição que o Estado vai dar para a discussão do clima e do desenvolvimento. Segundo: economia. Temos a clareza de que nosso desenvolvimento econômico vai se dar por uma economia de baixo carbono. E temos visto em empreendimentos que chegam ao Estado e apresentam toda uma estruturação de desenvolvimento baseada na sustentabilidade”, pontuou.
SELEÇÃO DE PROJETOS
Com todos os detalhes, o Edital de chamamento para a seleção de projetos científicos que contribuam com a neutralização dos gases do efeito estufa em Mato Grosso do Sul foi publicado no Diário Oficial do Estado (DOE) de quinta-feira (9), a partir da página 52.
O período de inscrições vai do dia 10 de setembro a 14 de outubro de 2021. Os projetos inscritos concorrerão em duas faixas de financiamento: ‘Projetos A’, que receberão recursos entre R$ 50 mil e R$ 200 mil (R$ 1 milhão será investido nesta faixa); e ‘Projetos B’, que receberão entre 200.000,01 a R$ 1 milhão (R$ 3 milhões serão investidos nesta faixa). Os recursos serão destinados ao financiamento de itens de custeio e capital para a execução do projeto, e deverão estar estritamente relacionados à execução das atividades. Cada proposta terá prazo de execução de 24 meses, podendo ser prorrogado por mais 12 meses.
“Esse é nosso grande objetivo: a neutralização dos gases de efeito estufa em Mato Grosso do Sul por meio das pesquisas de inovação. Esses projetos serão todos liderados pelas ICTs e também por empresas de tecnologia de Mato Grosso do Sul. É o primeiro Edital que fala dessa possibilidade de trazer essas universidades e centros de pesquisas com as empresas de ciência, tecnologia e inovação. E para isso vamos trabalhar com as áreas de Bioeconomia, Biotecnologia, Biodiversidade, Energias Renováveis e Produção Sustentável”, falou o diretor-presidente da Fundect, Marcio de Araújo Pereira.