O primeiro caso de morte por coronavírus no Brasil foi registrado no dia 12 de março de 2020. Faz, portanto, um ano e quatro meses. Nesse período, já foram a óbito mais de 535 mil pessoas, cerca de 17 milhões recuperadas e em torno de 19,5 milhões de casos confirmados.
Felizmente, embora o quadro permaneça impactante, os números recentes começam a desenhar projeções alentadoras, com a redução das médias de óbitos e contaminações. O avanço matemático da campanha nacional de imunização é bem significativo. Contudo, existem alguns vãos preocupantes, especialmente por parte da grande quantidade de gente que ainda se esconde da vacinação.
Mato Grosso do Sul está entre os estados com o melhor desempenho em cobertura vacinal da população. O Estado já vacinou 70% da população acima de 18 anos com a primeira dose e cerca de 30% com a segunda. Nos quatro maiores municípios vêm caindo as taxas de ocupação de leitos. Estavam em torno de 100% ou mais e agora, na média, registram 81% em Campo Grande, 65% em Dourados, 68% em Três Lagoas e 52% em Corumbá.
Tão importante quanto figurar como o Estado que vacinou o maior número de habitantes é apresentar-se como a unidade federativa que melhor fez a leitura sobre o que precisava ser feito para alcançar esse desempenho. E isto diante de uma população que não tem sido tão compacta na observação aos cuidados básicos de prevenção – uma minoria ainda insiste em promover aglomerações e circulação como se o vírus estivesse fora de cena. Mas não está.
A campanha de imunização avança, já saiu do circuito antes reservado aos chamados grupos prioritários e alcança os outros segmentos e faixas etárias. É a corrente progressiva da defesa coletiva, principal estratégia de proteção de um e de todos. Há que se reconhecer a atitude da esmagadora maioria do povo, que atende ao chamado da Saúde e cumpre os protocolos de segurança – do distanciamento social à vacina -, e à competência do poder público.
O governo estadual, compartilhando as ações com as prefeituras, assumiu toda a responsabilidade de planejar e definir as intervenções como estratégias de guerra, tratando com atenção redobrada dos mínimos detalhes, desde o modelo de transporte dos carregamentos à distribuição das doses, ao preparo das equipes e ao abastecimento das orientações e informações à sociedade.
Em que pese o número lamentável de quase nove mil mortes, prevalece, enfim, o critério que deveria ser, no País, o grande e maior regulador do processo de blindagem da vida humana contra a Covid-19: a prevenção. Antes da vacina, as medidas de biossegurança, como o distanciamento social, a higiene específica e até o lockdown. E depois, a imunização, fechando a barreira contra o avanço do vírus.
Em suma, prevenir será sempre melhor que remediar. Receita da vovó: caldo de galinha e cautela não fazem mal a ninguém. Agradeçamos a Deus, em primeiro lugar, e peçamos benção à Ciência, hoje a nossa vozinha.