Eleito com 2.199 votos pelo PDT, Marcos Tabosa fez do ativismo sindical o seu território de projeção política. Ao conquistar a presidência do Sisem (Sindicato dos Funcionários e Servidores Públicos Municipais de Campo Grande), em 2009, descortinou um horizonte de protagonismos que o levaria ao primeiro plano das lideranças classistas da cidade.
Casado há 24 anos, três filhos e um neto, faz questão de declarar sua fé cristã. Na lide diária das atividades profissionais e sindicais, estudou exaustivamente as relações de trabalho, leis e papéis institucionais e políticos das representações da sociedade.
Em seu primeiro mandato, Tabosa demonstra estar ciente das atribuições que lhe compete. Não concentra sua atuação apenas na pauta dos servidores, dedica-se a outros problemas que desafiam o poder público, sobretudo nas áreas da educação, saúde e transporte. E o vereador não abre mão de posições críticas, como as que vem tendo quanto à gestão da cidade. Para ele, o prefeito Marquinhos Trad está em dívida com a sociedade.
FOLHA DE CAMPO GRANDE – Qual o juízo a ser feito sobre o prefeito Marquinhos Trad em relação a seus compromissos de
MARCOS TABOSA – Os compromissos de campanha do prefeito Marcos Trad não estão sendo totalmente cumpridos. Afirmo isso devido à votação que ele teve na sua reeleição. Apenas 35,5% dos eleitores de Campo Grande votaram nele. Em contrapartida, 64,5% não o escolheram. Isso mostra o porquê de afirmarmos que o atual prefeito não cumpre na totalidade suas promessas. Entendo que diante desta inexpressiva votação, apesar da reeleição, o prefeito se sentiu descomprometido de cumprir suas promessas. Tanto que uma pesquisa feita pelo Instituto Ranking, entre os últimos dias 21 e 24, afirma que ele tem 47,5% de desaprovação do seu governo.
FCG – No caso do transporte coletivo, que é uma concessão, como e porque a prefeitura deveria intervir?
MT – Por ser dona do serviço público, tem por obrigação defender os interesses dos usuários, que são seus munícipes. Compete a ela observar a prestação do serviço de qualidade, evitando prejuízo na vida dos usuários.
FCG – É necessária uma CPI do transporte coletivo?
MT – Sim. Porque só através de uma CPI, investigando a fundo e com transparência, será possível descobrir onde estão os verdadeiros gargalhos do Consórcio Guaicurus.
FCG – O prefeito age corretamente no enfrentamento da pandemia?
MT – Age bem quando coloca à disposição da população vários pontos de vacinação, porém, esqueceu de estruturar as UPAs e CRSs, que na sua gestão foram abandonados.
MT – O prefeito Marcos Trad está se consolidando como um dos piores prefeitos para os servidores públicos da saúde.
FCG – Uma questão que intriga a sociedade: porque não prosperam as ações dos poderes e da própria sociedade para barrar os abusos da Energisa?
MT – Essa é uma questão de alçada dos poderes estaduais e federais. Como vereador, posso apenas cobrar que os deputados estaduais e federais olhem para essa situação da energia em nosso Estado.
FCG – O PDT, seu partido, deve disputar a sucessão estadual com chapa própria ou vai optar por alianças?
MT – Estamos ainda discutindo o melhor caminho para o PDT nas eleições de 2022.