Como Liam Neeson em Busca Implacável antes dele, Bob Odenkirk surpreendentemente se juntou à lista de pais violentos do cinema que preferem arrumar briga à comprar um barco para amenizar seu descontentamento silencioso com a vida. De John Wick a esse Anônimo, ambos compartilham o trabalho do roteirista Derk Kolstad. Há um gênero crescente de filmes sobre caras mais velhos aparentemente felizes e casados que são secretamente muito bons em matar mas, que se tornaram patriarcas reais.
Eles são, em geral, divertidos e marrentos. Os filmes, não seu pai – que são brucutus sentimentais. Em um país onde “o cara branco comum se indignou e começou a matar copiosamente” é um segmento de notícias noturnas, as implicações podem ser meio esquisitas. Isso não é para sugerir que filmes como este inspirem ou causem tragédias grosseiras. Não! Eles parecem apenas um reflexo da toxicidade latente sob os dentes cerrados do cara no escritório que diz coisas como “estou vivendo o sonho” quando você pergunta a ele como as coisas estão indo.
Esses filmes sempre começam com a premissa de que o despretensioso que aparece em um cubículo é, na verdade, um “traficante da morte fodão”. Em Anônimo, esse é Hutch (Odenkirk), um corretor introvertido que sempre parece perder o dia do lixo.
Quando assaltantes saqueiam sua casa, ele usa isso como desculpa para revisitar a parte de si mesmo que escondeu em seu porão mental para brincar de casinha com sua esposa (Connie Nielsen).
Logo, ele acaba irritando um mafioso russo de ternos brilhantes (Aleksey Serebryakov) que está disposto a explodir a cidade inteira para caçá-lo onde quer que ele esteja.
A parábola centrada no papai é o soco na barriga do diretor Ilya Naishuller, que implanta jazz e músicas antigas conhecidas em muitas de suas sequências de luta só para lembrar como seu pai costumava ser legal antes de ter que se estabelecer e deixar seus dias selvagens para trás. Hutch é até amigo de um membro do Clube de Uísque!
A violência aqui é principalmente caricatural, o que é um elogio, pois quanto mais realistas as coisas ficam, menos parece fantasia absurda e mais parece uma edição do Jornal Nacional.
Odenkirk atua em Anônimo violentamente, mas há um toque de brincadeira que parece uma oportunidade adquirida. Na verdade, o filme não tem nada de autoconsciente ou inteligente a dizer sobre o padrão de repetição do cinema para um pai assassino, embora pudesse ou devesse ter. Já escolher Christopher Lloyd como o pai de Hutch parece uma chance de refletir sobre a angústia entre gerações sentida pelos homens “de meia idade”.
Para si só, Anônimo é uma cantiga suja que faz o seu trabalho. Não pense muito sobre o que é esse trabalho, você ficará bem. Porque o que parece estar claro é que há um apetite considerável por guerras suburbanas imaginárias, crescendo a partir de uma frustração fundamental e que muitos homens brancos têm com a construção moderna da vida doméstica. Mas, você sabe, contanto que você se sente e apenas aproveite o Mr. Show fazendo coisas de assassino, é divertido.
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