A comunidade de equitação que vemos em “Concrete Cowboy” se situa na Filadélfia, mas algumas cenas soarão familiares aos moradores de outras cidades que também abrigam caubóis negros.
Clubes de equitação negros existem há décadas lá e em cidades como Baltimore, Houston e Oakland. O diretor Ricky Staub dá vida a esse mundo em Alma de Cowboy, que é uma história ficcional e profundamente sentimental, baseada nos Estábulos da Rua Fletcher, no norte da Filadélfia. O filme apresenta uma série de recortes da vida real em papéis coadjuvantes, adicionando autenticidade e surrealidade, como às vezes parece a história.
Quando Cole (Caleb McLaughlin de Stranger Things) de 15 anos, entra em outra briga na escola em Detroit, sua exasperada mãe (Liz Priestly) o manda para a Filadélfia para morar com seu pai Harp (Idris Elba), quem ele não vê há anos. Carregando seus pertences em dois sacos de lixo, Cole se sente como se tivesse pousado em outro planeta quando entra na casa geminada em ruínas de seu pai e descobre que dividirá o espaço com um cavalo, Chuck – um cavalo real, vivo e temperamental.
Bem-vindo a Filadélfia, garoto!
Acontece que Harp é o líder não oficial dos Estábulos da Rua Fletcher, um grupo coeso de várias gerações de cavaleiros negros que vivem para cavalgar e cavalgam para viver, com muitos deles dizendo que se não fosse pelo clube, teriam sucumbido às tentações das ruas e estariam na prisão ou já mortos. Quase todas as noites esse grupo se senta em um círculo, bebendo cervejas e contando causos sobre a história dos caubóis negros na América, a experiência do caubói negro de Hollywood e os dias felizes de cavalgar ali mesmo na Filadélfia. Claro, Cole acha que toda essa coisa de cavalo é uma loucura e, claro, Harp o coloca para trabalhar com a pá limpando estrume nos estábulos e, claro, Cole eventualmente estabelecerá um vínculo especial com um jovem cavalo selvagem que só ouve ele.
Já a relação entre Harp e Cole é estranha e distante no início – afinal, Harp foi um pai ausente durante a maior parte da vida de Cole – e seus confrontos constantes levam Cole direto para a vida que sua mãe esperava que ele evitasse. Cole anda com seu primo, um ex-cavaleiro da Rua Fletcher chamado Smush (Jharrel Jerome de Olhos que Condenam) que está metido em um negócio crimonoso envolvendo drogas e armas de um líder de gangue local.
Em grande parte do filme Cole está dividido entre os dois mundos. Mas gradualmente, ele passa a compreender, apreciar e abraçar a vida de caubói, e há até mesmo um flerte dele com uma jovem e bonita chamada Esha (a amazona da vida real Ivannah Mercedes) com uma mecha de cabelo rosa. Mas ele também é atraído pelo dinheiro supostamente fácil de ser ganho nas ruas. Cole encontrará seu caminho com a ajuda de seu pai e seus amigos, humanos e animais? Ou ele estará perdido para uma vida de crime?
Alma de Cowboy é maravilhosamente fotografado, com muitas das cenas de equitação ocorrendo na hora mágica do pôr do sol ou sob as luzes da cidade e na chuva. Elba e McLaughlin são um pai e um filho briguentos mas isso se suaviza com o tempo. Já Method Man oferece um forte trabalho de apoio como um cavaleiro que virou policial e que continua simpático ao clube e à Rua Fletcher. Esta é uma história cordial e construtiva que vimos centenas de vezes antes, mas o pano de fundo para este conto é certamente incomum e muito especial.
5 pipocas!
Disponível na Netflix.