É um fato que surpreende a realização de obras das mais diversas na Rede Estadual de Ensino de Mato Grosso do Sul. A crise econômica mundial e seu agravamento pela pandemia da Covid-19, normalmente impediria esse tipo de desembolso quando há outras prioridades.
Todavia, há uma explicação, e a secretária estadual de Educação, Maria Cecília Amêndola da Motta, resume: “O governo de Reinaldo Azambuja possui predicados que o diferenciam, que qualificam conceitualmente a forma e o conteúdo no cuidar do Estado, cuidando das pessoas em primeiro lugar”.
A palavra da professora Cecília Motta tem absoluta procedência. Ela é uma das líderes femininas mais preparadas do Estado, notadamente dentro da complexa matéria do conhecimento. Seu currículo nas lides do ensino público está entre os mais sortidos. Ao longo de uma vida dedicada à educação, ela acumula dezenas de graduações técnicas e profissionais, investiduras e tarefas confiadas a diferentes órgãos públicos e entidades locais e nacionais do setor.
Cecília é graduada em Pedagogia (Administração e Supervisão) e Ciências Biológicas, mestra em Educação e em Políticas Públicas para a Infância, com especialização em Didática do Ensino Superior, Ecologia e Gestão de Cidades, foi secretária municipal em Campo Grande (2005-12) e presidente em dois mandatos do Conselho Nacional dos Secretários Estaduais de Educação (Consed), colegiado que é parâmetro para as políticas públicas.
Na secretaria de Educação, ela comanda um dos processos mais revolucionários da história do ensino público no Estado. Essa experiência tem sido
FOLHA DE CAMPO GRANDE – Quando e como serão retomadas as aulas presenciais no Estado?
CECÍLIA MOTTA – No momento não temos uma previsão para a retomada das atividades presenciais nas unidades escolares da Rede Estadual de Ensino (REE). Embora ainda sem uma data, o retorno se dará de acordo com o protocolo de Volta às Aulas lançado em novembro de 2020 e disponível para consulta no site da Secretaria de Estado de Educação (SED).
FCG – Quantos alunos e estabelecimentos da Rede são prejudicados com o fechamento e até que ponto essa restrição afeta a qualidade do ensino?
CM – Hoje são mais de 200 mil estudantes matriculados nas 347 escolas da Rede Estadual, espalhadas pelos 79 municípios de Mato Grosso do Sul. Sabemos que o distanciamento entre o estudante e a escola impacta diretamente na qualidade da aprendizagem. Mas vale salientar que desde o último dia 10 de março foram retomadas as aulas não presenciais, com o apoio dos aplicativos de parceiros como Google e Microsoft, já utilizados durante todo o ano de 2020, quando a SED adotou diversas iniciativas. E estas, de certa maneira, atenderam em parte os estudantes do nosso Estado, tendo em vista o número de alunos que ingressaram nas universidades, por meio de vestibulares e também com as notas obtidas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
FCG – Apesar da conjuntura criada pela pandemia, o Estado continua investindo no ensino. Quais os números desses investimentos entre obras novas, reformas e outras intervenções?
CM – Desde o início da atual gestão, em 2015, foram mais de R$ 260 milhões investidos nas escolas, por parte do Governo do Estado. Somente no último ano, esse quantitativo foi de quase R$ 40 milhões em reformas gerais, obras de readequação nas redes elétrica e hidráulica, acessibilidade, pintura e reformas pontuais nas unidades de ensino da Rede.
CM – É verdade. Durante o ano de 2020, o Estado também investiu na compra de materiais e insumos voltados à biossegurança dos estudantes e profissionais da Educação. Ao todo, foram R$ 3,6 milhões destinados para a compra de galões de álcool em gel, luvas e máscaras descartáveis, dispensers de parede (saboneteiras) e de chão (totem), termômetros digitais e materiais de limpeza para as escolas.
FCG – E na emergência da Covid?
CM – É muito importante destacar que também adquirimos os equipamentos de proteção individual para os alunos. Foram elaborados kits de biossegurança – já entregues pelas escolas – compostos por máscaras descartáveis (três por estudante) e frascos de álcool em gel 70%, bem como as bisnagas para reposição.
FCG – Com o País acumulando crises há anos, como se explica esse fôlego para resistir a tantos impactos e ainda fazer investimentos?
CM – Responsabilidade, competência, planejamento e o compromisso claro com o desenvolvimento humano e o progresso do Estado. O governo de Reinaldo Azambuja possui predicados que o diferenciam, que qualificam conceitualmente a forma e o conteúdo no cuidar do Estado, cuidando das pessoas em primeiro lugar. Há uma estratégia de gestão, que procurou capacitar financeira e estruturalmente a governabilidade, com focos bem definidos, transparência, parcerias produtivas.
FCG – O governo está acertando na seleção das demandas para utilizar bem e melhor os recursos?
CM – Sim. A prioridade que se dá aos principais desafios é uma realidade perceptível. O Estado, apesar da conjuntura de crises, retomou seu crescimento, está gerando empregos, atraindo indústrias, criando novas oportunidades. É um governo municipalista que atende e caminha com todos os 79 municípios. Na área em que atuo, a do ensino público, a atenção ao ser humano desde sua infância é total por parte desta gestão. Os investimentos são permanentes e contemplam todas as necessidades, desde a valorização dos profissionais da educação à qualificação das metodologias e às obras de expansão, ampliação e modernização da rede física. O governo reconhece a dimensão do conhecimento para a evolução das pessoas, das comunidades, e do próprio Estado.