Desde fevereiro último, quando retomou suas atividades, a Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (Alems) já aprovou cerca de 40 Moções de Pesar destinadas a pessoas que perderam familiares, parentes, amigos ou conhecidos para a Covid-19. A média é de cinco proposições desse tipo a cada duas sessões. A quantidade também corresponde a 42% das 90 Moções de Pesar apresentadas no período.
Esses números, que ajudam a dimensionar a importância dada pelos deputados ao sofrimento causado pela pandemia, relacionam-se a algo, infinitamente, mais relevante: a vida, segundo observou o deputado estadual Paulo Corrêa (PSDB), presidente da Alems. Para ele, além de demonstrar o respeito pelas famílias enlutadas, as moções também expressam gratidão às pessoas que faleceram. “Não é uma moção apresentada com satisfação, mas sim carregada de consternação e pesar”, afirmou.
LEGADO
Paulo Corrêa acrescenta: “É o Legislativo estadual, que representa a população de Mato Grosso do Sul, externando à família uma última homenagem”.
Nas moções apresentadas pelos deputados são rememoradas pessoas que, há alguns dias ou semanas, viviam rotinas engendradas pela pandemia, como todos que continuam imersos nessas mesmas rotinas. Entre essas pessoas, estão um fotojornalista, uma bióloga e professora, uma auxiliar de limpeza, um taxista, um barbeiro, um dono de conveniência, um pecuarista, um médico, um advogado, e tantos outros pais, mães, avós, filhas, filhos.
Mensagens de pêsames, como é o caso das Moções de Pesar, são importantes no momento de luto. De acordo com a psicóloga Mariela Nicodemos Bailosa, o luto é um processo natural, que pode ser vivenciado com sentimentos de instabilidade, desamparo e confusão. “A pessoa também pode ter variações de humor, raiva, sentimento de culpa, solidão, desatenção, lapsos de memória, lentidão na fala e no pensamento, alterações no sono e alimentação”, salienta Bailosa.